Bahia é o maior produtor de mamona do país.
Estado precisa de chuvas regulares para resolver o problema da seca.
A região enfrenta a pior seca que Francisco Afonso de Souza já viu. No ano passado, só choveu em novembro, o que não deu para salvar a plantação, por isso, ele está sustentando a família com os R$ 135 que recebe por mês do Garantia Safra, dinheiro que ele preferia que viesse da própria terra.
A estimativa da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola, a EBDA, é de que a produção tenha sido completamente perdida em 30% das lavouras de mamona da região. Nos 70% restantes, se colheu muito pouco.
A expectativa dos produtores era colher 20 sacas de mamona por hectare, mas a colheita hoje é de, em média, apenas 1 saca e meia. Sem o produto, o preço no mercado disparou, a saca está custando, em média, R$ 120. Na safra anterior, custava R$ 70.
Com os prejuízos e as safras perdidas, é cada vez mais comum encontrar as propriedades vazias, sem nenhum produtor por perto. A seca está obrigando muita gente a sair da própria terra e trabalhar como empregado em outros locais.
Luzia Silva, por exemplo, agora trabalha na colheita do tomate, que fica em uma das grandes propriedades da região irrigadas pela água de poços artesianos, cada vez mais difíceis de se encontrar.
Dos 80 trabalhadores contratados para colher o tomate na propriedade, mais da metade está na mesma situação.
Josélio Mendes já está de viagem marcada para o norte de Minas Gerais. Não queria deixar a família, mas vai ter que se mudar para trabalhar na colheita do café. “Vamos sair para conseguir algum dinheiro e mandar para quem vai ficar por aqui”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário