MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 17 de março de 2013

Bancos "grandes demais para falir" precisam de reformas

Fernando Travaglini | Agência Estado

O presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, falou neste sábado para uma plateia de aproximadamente duas dúzias de pessoas em uma sala remota da conferência Conservative Political Action, um evento gigantesco em que a ex-candidata à vice-presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin, almoçou com uma multidão de mais de mil pessoas, um pouco mais tarde, no salão principal.
Em um local definitivamente pouco usual para um banqueiro central, Fisher, um veterano de duas administrações do partido Democrata, assegurou para a pequena audiência conservadora que ele deixou a política do lado de fora quanto se tornou um banqueiro central. O conservador convicto C. Boyden Gray apresentou Fisher como um dissidente das políticas atuais de relaxamento monetário em curso no Fed.
Deixando de fora o tema política monetária, Fisher usou seu discurso para argumentar novamente que a crise financeira apenas tornou pior o problema da concentração bancária e que a reforma financeira promovida pela lei Dodd-Frank, que deveria ajudar a reparar o problema, não o fez. Ele disse que os focos de negócio dos bancos se tornaram tão abrangentes que uma quebra poderia representar um grande risco para o sistema financeiro.
A ideia de que uma revisão no conjunto de normas reduziria o tamanho dos bancos e permitiria que eles passassem mais facilmente por um processo de falência representando, portanto, uma solução para o problema não é compartilhada por muitos dos presentes ao evento. Ainda assim, vários dos que assistiram ao discurso de Fisher acreditam que ele apresenta um movimento na direção certa.
"Em um mundo ideal, não teríamos nem o Federal Reserve", disse o membro do conselho do evento, Jameson Campaigne, momentos depois de agradecer ao presidente do Fed de Dallas pelo discurso. "Richard Fisher é uma voz contra o sistema de governo oligarca", disse. "Suas ideias são um bom primeiro passo", completou.
Fazendo referência à "visão diferente" de Dallas, Fisher falou sobre o seu desentendimento com o presidente do Fed, Ben Bernanke, sobre como lidar com o sistema bancário. "Lidar com os bancos 'grandes demais para falir' é uma causa que deve ser abraçada igualmente por conservadores, liberais e moderados", disse Fisher. "O povo norte-americano vai ser grato a quem libertá-los de resgates recorrentes com o dinheiro dos contribuintes."
Nem todo mundo na plateia abraçou a mensagem. "A ideia de Fisher de nivelar o campo de jogo é uma ideia de inépcia de burocratas do governo", disse Randy Foreman, depois de ouvir o discurso. O morador de Washington se disse a favor da "sabedoria do mercado".
O público de Fisher pode ter sido pequeno, porque problemas com a sua viagem fizeram com que a palestra tivesse de ser remarcada para o último dia do evento, sendo que a mudança não apareceu nos programas oficiais.
Ainda assim, o discurso deu a Fisher a chance de repetir uma lista de reformas que ele acredita que irão reduzir o risco de falência e eliminar as vantagens para os grandes bancos, que recebem um apoio implícito do governo.
O sistema atual "torna o campo de jogo desigual, inclinado a favorecer Wall Street contra Main Street, e colocando o sistema financeiro e a economia em perigo constante", disse ele. "A complexidade da legislação Dodd-Frank a torna muito difícil de ser aplicada", completou Fisher.
As ideias de Fisher não têm conseguido encontrar respaldo de outros banqueiros centrais até agora. Dito isso, nas últimas semanas a questão envolvendo os grandes bancos voltou ao centro das atenções no Congresso. Após o discurso, Fisher disse que teve uma conversa produtiva com os senadores Elizabeth Warren e David Vitter, entre outros, e vê uma crescente base de apoio para suas ideias.
"Uma vez que você cria um subsídio, é difícil retirá-lo", disse ele. "A recepção entre a comunidade e os bancos regionais - 99,8% dos bancos - tem sido bastante favorável." Fisher disse que todas as partes do espectro político concordam que "99,8% não é ruim". As informações são da Dow Jones.

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