Carros levados para a Bolívia serão devolvidos ao Brasil pelo Acre

Mais de 40 veículos serão trazidos para o Brasil pela fronteira do AC.
Secretário de Segurança do Acre disse que logística dificulta transporte.

Duaine Rodrigues Do G1 AC

O secretário de Estado de Segurança Pública do Acre, Reni Graebner,  informou que 132 veículos estão apreendidos na fronteira da Bolívia com o Acre e Rondônia. Destes, 91 veículos estão em Trinidad e outros 41 em Ribeiralta. Dos veículos roubados em território nacional e levados para o país vizinho, o Brasil deverá reaver em breve 532. A devolução faz parte do acordo firmado entre os dois países, o Chile  e que será estendido para Argentina e Paraguai.
"Aqueles que estão em Trinidad devem ser trazidos por Corumbá (MS), que é a melhor rodovia para o escoamento. Já os que estão em Ribeiralta serão transportados através da cidade boliviana de Cobija e do município acreano de Epitaciolândia", comenta.
Graebner comenta que na quinta-feira (28) aconteceu a restituição de 338 veículos, através da cidade de Corumbá, no estado do Mato Grosso do Sul. O transporte, segundo ele, está sendo feito pela Delegacia Especializada na Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (Deprov), custeado pela Federação Nacional de Seguros Gerais  (FenSeg).
"Esses seriam veículos recuperados nas cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra. Essa primeira parte está sendo entregue graças a um trabalho constante do embaixador do Brasil em La Paz, que conseguiu isso junto à polícia boliviana, fazer esse trabalho para que a Bolívia respeitasse o acordo entre os dois países", destaca.
O secretário conta ainda que outros 44 veículos estão apreendidos nas cidades de Oruro, Potosí, Sucre e Tarija. Segundo ele, os veículos recuperados na fronteira do Acre e Rondônia devem ser transportados para o Brasil em uma segunda etapa.
A camionete de Francisco Lima está entre os veículos roubados que serão devolvidos. Em 2008, Franscisco e a familia foram vítimas de um assalto na zona rural de Rio Branco (AC).Depois de duas horas de tortura, os assaltantes levaram o carro. "Colocaram uma arma na minha cabeça, nos torturaram e depois de duas horas levaram a minha camionete", lembra.
Dificuldade de logística
Reni Graebner afirma que o governo brasileiro está tendo dificuldades para encontrar a logística para que seja custeada a despesa dos veículos que ainda precisam ser trazidos para o Brasil.
"Esses 338, em princípio, já são veículos segurados os quais as empresas seguradoras se interessaram em buscá-los. No momento não temos a identificação das placas dos recuperados. Todos aqueles apreendidos estão à disposição da embaixada do governo brasileiro. Só que hoje o que se encontra é uma dificuldade de alguém assumir a despesa para transporte, pois nem todos os proprietários se interessam mais. Se o próprio governo vai assumir essa despesa é uma indagação. Mas a embaixada está trabalhando nisso no sentido de recambiar esses veículos para o Brasil", explica.
Conforme Graebner, o Estado ainda está observando como será feita a divulgação dos veículos envolvidos para que seja feita a notificação aos proprietários.
Após passarem pela vistoria de agentes da Receita Federal e receberem a autorização para entrar em território brasileiro, os veículos deverão ser encaminhados para o pátio da Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), em Campo Grande (MS) para que os proprietários possam reavê-los.