Caverna fica localizada no município de Assunção do Piauí, região sul.
Pesquisadores revelam que fumaça é resultado de combustão natural.
Pesquisadores coletaram amostras na caverna entre outubro e dezembro do ano passado (Divulgação CPRM)
Uma caverna, localizada na comunidade Brejinho, Zona Rural, do município de Assunção do Piauí, a 281 quilômetros de Teresina,
pode causar danos à saúde. Estudos preliminares realizados por
geógrafos da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM)
apontaram a existência de gases tóxicos que produzem fumaça ao entrar em
combustão devido as altas temperaturas no local.O geógrafo Joaquim das Virgens, que acompanhou a pesquisa, disse que a fumaça é resultado da decomposição de materiais orgânicos e fezes de roedores, que acabam produzindo gases metano e sulfídrico, além de amônia.
Fezes de roedores e outros materiais podem ser
vistos pela caverna (Foto: Divulgação CPRM)
“A fumaça que foi vista saindo da caverna é resultado da combustão
natural. Como o lugar é seco e quente, ocorreu esse fenômeno. O cheiro
lá é muito forte. A princípio nós descartamos a possibilidade de que lá
seja um vulcão. Aqui não há características para esse fenômeno”, disse.vistos pela caverna (Foto: Divulgação CPRM)
As amostras coletadas pelos pesquisadores da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais foram enviadas para análises em laboratórios da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
De acordo com Sidney Barros, geógrafo que também acompanhou a pesquisa na cidade de Assunção do Piauí, as análises são preliminares e que por se tratar de um fenômeno cíclico, a equipe deve voltar ao local para colher mais amostras.
“Nós vamos aguardar outro evento para voltar ao local e colher novas amostras. O que nós podemos descartar é a presença de vulcão, já que o Piauí está em uma plataforma estável”, disse Sidney.
Os gases e a fumaça produzem ainda uma espécie de cera amarela e um óleo, que foram percebidos pelos pesquisadores nas paredes da caverna. A orientação dos geógrafos é para que as pessoas não entrem no local sem proteção.
“São gases nocivos que podem causar alergias ou intoxicação. Não é recomendado a pessoa entrar sozinha porque pode passar mal e não ter como sair do local”, alertam.
Pesquisador diz que caverna está dentro de um contexto científico e traz inscrições rupestres (Divulgação CPRM)
O geógrafo Joaquim das Virgens diz ainda que a caverna faz parte de um
contexto científico que merece ser preservado. Segundo ele, algumas
pessoas já picharam o local, que tem registros de inscrições rupestres
ainda não catalogadas.“Essa caverna pode atrair outros pesquisadores e é preciso preservar o local”, destaca o geógrafo.
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