MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 22 de março de 2013

Cemitério lotado faz cidade 'exportar' enterros na região do Pantanal em MT


Moradores de Barão de Melgaço reclamam da falta de local para enterros.
Prefeitura disse que pretende construir cemitério de gavetas na cidade.

Kelly Martins Do G1 MT

Cemitério de Barão de Melgaço em MT (Foto: Assessoria/Prefeitura de Barão de Melgaço)Cemitério de Barão de Melgaço está superlotado
(Foto: Assessoria/Prefeitura de Barão de Melgaço)
Com túmulos espalhados em áreas que deveriam servir apenas de passagem para os visitantes, o Cemitério Municipal de Barão de Melgaço, município pantaneiro a 121 km de Cuiabá, está superlotado e não tem condições de receber mais nenhum sepultamento. Devido à falta de espaço, a única opção encontrada pelos moradores que precisam enterrar alguém é transportar o corpo para outro cemitério na comunidade rural vizinha chamada Pantanalzinho, que pertence à cidade de Santo Antônio de Leverger e distante 18 quilômetros de Barão de Melgaço.
“É uma realidade dolorosa que estamos enfrentando há algum tempo. A situação é difícil porque, além de lidarmos com a perda de uma pessoa, temos que nos preocupar com o local para sepultamento, que fica em outra cidade”, declarou o aposentado Irineu Rosa do Nascimento, de 60 anos de idade, que disse ter enterrado quatro pessoas da família no cemitério de Pantanalzinho nos últimos três anos.
Nascido em Barão de Melgaço, o aposentado ressalta que, além do cemitério lotado, os moradores também se deparam com outra dificuldade: a falta de  funerária. Com área territorial de 6.060 km² e 31,7 mil habitantes, o município de Barão possui apenas uma empresa para fazer o serviço e que é conveniada com funerárias de Cuiabá. Uma equipe se desloca até a cidade e se responsabiliza pelo velório e sepultamento.
A desorganização e a quantidade de túmulos em um espaço tão pequeno chamam a atenção. Visitantes chegam a andar por cima de alguns deles para conseguir chegar até o túmulo desejado. Não há divisão de quadras e nem placas que identificam o jazigo. Sem contar o mato que chega a cobrir alguns túmulos, o que ironicamente contradiz com o nome da localização do cemitério, Bairro Jardim das Flores.
É muito triste. Não tem mãe que aguente. Porém, me conformei"
Amélia de Oliveira, que teve que enterrar o corpo do filho em outra cidade
Situação constrangedora e triste, é o que garante ter vivenciado a funcionária Amélia Cecília de Oliveira, de 46 anos, que perdeu o filho de 24 anos em novembro do último ano. Ela teve que enterrar o filho em um túmulo já ocupado. “Tivemos dificuldades para fazer o transporte para o outro cemitério e, na hora do sepultamento, acabou sendo em um jazigo de alguém que nem conheço. Muito triste, não tem mãe que aguente. Porém, me conformei. Melhor do que ficar jogado”, desabafou.
A Prefeitura Municipal não soube informar quantas pessoas estão enterradas no cemitério de Barão de Melgaço, entretanto, pontua que o local tem quase 100 anos. Até mesmo um pequeno espaço encontrado próximo ao portão do cemitério, lembra o morador Rogério Alencar, também foi ocupado. Ele conta que a área serviu para o túmulo de um amigo, que morreu em dezembro de 2012, e a família não tinha condições de transportar o corpo para outra cidade. “É um local bem ruim e desagradável para a família. A situação está piorando cada vez mais aqui na cidade”, reclamou Alencar.
Cemitério de Barão de Melgaço em MT (Foto: Assessoria/Prefeitura de Barão de Melgaço)Prefeito disse que deve construir novo cemitério na cidade
(Foto: Assessoria/Prefeitura de Barão de Melgaço)
Nova área
O prefeito de Barão de Melgaço, Antônio Ribeiro Torres, admitiu a situação caótica que o município enfrenta e alega que o local é muito antigo. Também pontuou que a região é alagadiça e que há dificuldades de realizar sepultamentos em determinados períodos do ano por conta das chuvas.
No entanto, Torres confirmou que a Prefeitura já ganhou uma área localizada ao lado do atual cemitério e que foi doada por um fazendeiro. “Ao fazer escavação, a água do subsolo sobe e já chegamos a fazer sepultamento em que o caixão praticamente mergulhado na poça, como piscina. Por isso estamos verificando a possibilidade de construir um cemitério de gavetas para evitar esse tipo de problema”, observou.
Por outro lado, o prefeito aponta que não há recursos para iniciar o projeto na área doada à administração e garante que vai buscar por meio de fundos municipais. “A situação é vexatória e já vem de outras gestões. Vamos tentar resolver essa questão para a população o mais rápido possível”, finalizou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário