MEDIÇÃO DE TERRA

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sábado, 23 de março de 2013

Cruzes são colocadas em praça de RO durante manifesto contra a violência


Famílias de vítimas realizaram passeata no centro de Porto Velho.
Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré ficou repleta de homenagens.

Vanessa Vasconcelos Do G1 RO

Cruzes foram colocadas na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em manifesto pelas vítimas de violência em Porto Velho (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Cruzes foram colocadas na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em manifesto pelas vítimas de violência em Porto Velho (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Na manhã deste sábado (23), centenas de familiares e amigos de vítimas de assassinatos, de acidentes de trânsito e de pessoas desaparecidas realizaram uma caminhada pelas principais avenidas do centro de Porto Velho, em um ato de protesto pelo fim da violência e impunidade. O manifesto foi finalizado na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, onde dezenas de cruzes de madeira foram colocadas, para lembrar as vítimas.
Há quatro anos, a adolescente Thaís Tauana Barbosa da Silva, que na época tinha 12 anos, foi para a escola de bicicleta e nunca mais foi vista. A mãe, Jucineide Pereira Barbosa, parou de trabalhar um mês depois do desaparecimento da filha e, desde então, se dedica às buscas por Thaís e cobra mais empenho da Justiça nas investigações. “Sempre que tenho uma pista, vou atrás, entrego tudo mastigado para a polícia”, diz a mãe, que acredita que a filha ainda está viva.
Familiares de vítimas de violência cobram por justiça em caminhada em Porto Velho (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Da esquerda para a direita: Linara Martalena, mãe de Naiara; Adão de Almeida, pai de Guilherme Henrique; Osenilda Lopes, mãe de Raissa; e Jucineide Barbosa, mãe de Thaís. (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Guilherme Henrique de Souza Almeida, 14 anos, morreu vítima de acidente de trânsito no dia 31 de março do ano passado, três semanas antes de completar 15 anos. O adolescente seguia de bicicleta para a casa de uma tia quando foi atingido por uma moto conduzida em alta velocidade, de acordo com o pai do adolescente, Adão Galdino de Almeida. “Meu filho morreu a míngua. O motoqueiro saiu do hospital e nunca mais foi encontrado pela polícia, que diz ter o endereço errado do suspeito”, conta o pai, que também clama por agilidade e emprenho da polícia.
Raissa Lopes, de 15 anos, foi assassinada em setembro do ano passado pelo ex-namorado, Alexsandro Mendes Castelo Branco, de 19 anos, em um ponto enquanto esperava um ônibus para ir à escola. Preso, o rapaz chegou a confessar o crime, mas em seguida mudou a versão e alegou disparo acidental. Solto meses depois do crime, Alexsandro permanece em liberdade. “Perdi minha filha e ele continua solto, vivendo normalmente. A gente vive porque tem que viver, mas é difícil”, desabafa Osenilda Lopes, mãe de Raissa.
Famíliares de Vítimas realizam manifesto no centro de Porto Velho (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)Familiares de vítimas realizam manifesto no centro
de Porto Velho (Foto: Vanessa Vasconcelos/G1)
Naiara Karine, estudante de jornalismo de 18 anos, foi brutalmente assassinada no dia 24 de janeiro, com mais de 20 golpes de faca. A jovem desapareceu após assistir a uma aula teórica em uma autoescola, e foi encontrada morta horas depois em um sítio abandonado, na zona rural de Porto Velho. Dois meses depois, nenhum suspeito foi preso. “A gente continua em busca de paz e justiça”, diz a mãe da adolescente, Linara Martalena da Costa.
Unidas pela dor, as famílias das vítimas pedem mais agilidade nas investigações e a prisão dos culpados. Na luta em comum, parentes e amigos encontram conforto e apoio de quem enfrenta a mesma perda. “Conheci pessoas que passaram pelo mesmo que eu, isso nos dá ainda mais força para seguir em frente”, diz a mãe de Naiara.
Para o pai do jovem Guilherme Henrique, manifestos como este fazem com que o poder público e a sociedade não esqueçam os casos. “O nosso dever é cobrar”, diz Adão.
Ao final da caminhada, as centenas de pessoas se reuniram na Praça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Um círculo de cruzes de madeira foi feito no chão, balões brancos foram soltos no ar, ao som de músicas tocadas pela Banda da 17º Brigada de Infantaria e Selva do exército, em homenagem às vítimas.

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