Ai, ai…
Dilma
também recorreu à desculpa-padrão de governantes falastrões. Diante da
constatação de que as bobagens que dizem produzem efeitos indesejados,
tentam culpar a imprensa. Cristina Kirchner, por exemplo, é craque
nisso. Sim, a presidente Dilma afirmou, à sua moda, que não sacrificaria
o PIB para controlar a inflação. E acusou de superados os que não
pensam como ela. Já escrevi a respeito: afirmei que superada, tola
mesmo!, é a suposição de que alguém tem gosto especial por um PIB
mesquinho; superada é a falsa dicotomia entre crescimento e inflação.
Não se
trata de escolhas excludentes. Quem opta por crescer sem dar bola para a
inflação não escolheu o crescimento, mas a crise e a desorganização da
economia. “Mas como vamos combater? Elevando os juros nos cornos da
Lua?” Olhem aqui: ele já não são baixos hoje. A inflação brasileira
deriva de um superaquecimento? Superaquecimento de economia que cresce
1% ao ano? A questão não é saber se elevar juro é bom ou ruim, mas saber
se é necessário ou não é. Crescendo essa mixuriquice, parece que não.
A fala da presidente só é sintoma da confusão mental que vigora lá no reino de Guido Mantega.
*
Que o governo tenha optado por estimular o crescimento da economia em detrimento do controle da inflação, isso não é novidade. Nesta quarta-feira, no entanto, foi a primeira vez que a presidente Dilma Rousseff deixou escapar sua heterodoxa preferência pelo Produto Interno Bruto (PIB) quando confrontado com a questão inflacionária. Aconteceu durante conversa com jornalistas em Durban, na África do Sul, onde esteve para o encontro dos Brics. O que há de heterodoxo nessa fala? Não faz sentido considerar crescimento e inflação como opções excludentes. Uma coisa não pode existir em relação de oposição com a outra. Dilma afirmou que não concorda com políticas de combate à inflação que mirem a redução do crescimento econômico. A fala repercutiu como pólvora – o que fez o blog do Planalto divulgar uma nota feita pela presidente desmentindo sua frase. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, afirmou a presidente.
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Que o governo tenha optado por estimular o crescimento da economia em detrimento do controle da inflação, isso não é novidade. Nesta quarta-feira, no entanto, foi a primeira vez que a presidente Dilma Rousseff deixou escapar sua heterodoxa preferência pelo Produto Interno Bruto (PIB) quando confrontado com a questão inflacionária. Aconteceu durante conversa com jornalistas em Durban, na África do Sul, onde esteve para o encontro dos Brics. O que há de heterodoxo nessa fala? Não faz sentido considerar crescimento e inflação como opções excludentes. Uma coisa não pode existir em relação de oposição com a outra. Dilma afirmou que não concorda com políticas de combate à inflação que mirem a redução do crescimento econômico. A fala repercutiu como pólvora – o que fez o blog do Planalto divulgar uma nota feita pela presidente desmentindo sua frase. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, afirmou a presidente.
Dilma
também pediu que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini,
conversasse com jornalistas para desfazer o “mal entendido”. À Agência
Estado, Tombini afirmou que era preciso que o “mal entendido fosse
desfeito e que não há tolerância em relação à inflação”. Ele até usou o
expediente da insubordinação para consertar a frase de Dilma. “De
inflação fala a equipe econômica. Em relação à política de juros, fala o
Banco Central”, disse.
Mercado entendeu o recado
De acordo com a nota, Dilma decidiu se pronunciar após “tomar conhecimento de que agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”. As declarações da presidente reduziram as apostas de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. As taxas futuras, que já caíam desde a abertura do mercado, acentuaram o movimento imediatamente após as palavras da presidente.
De acordo com a nota, Dilma decidiu se pronunciar após “tomar conhecimento de que agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”. As declarações da presidente reduziram as apostas de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. As taxas futuras, que já caíam desde a abertura do mercado, acentuaram o movimento imediatamente após as palavras da presidente.
Com as
declarações de Dilma, os analistas entenderam que o governo acredita que
a inflação no Brasil seja algo temporário e que o Banco Central poderá
adiar o início do aperto monetário. As palavras de Dilma, na véspera da
divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, também foram criticadas
por alguns agentes, porque atrapalharia o esforço do presidente do BC,
Alexandre Tombini, em ancorar as expectativas do mercado.
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