Durante 52 dias, ele guiou sua moto de Redmond à Cidade Maravilhosa.
No percurso, Pedro Magalhães conheceu pessoas e reviu amigos de época.
Há uma semana no Rio, motoqueiro aproveita para curtir a praia e matar a saudade da cidade natal (Foto: Arquivo pessoal)
Exatamente 35 anos depois de ganhar a primeira moto, aos 15, quando
usava o presente do pai para fazer trilhas próximas ao seu sítio em
Petrópolis, na Região Serrana do Rio, Pedro de Magalhães completou sua
maior viagem com a velha paixão — mas com um novo veículo. Um dia antes
de completar 50 anos, no dia 1º de março, ele chegou ao Rio de Janeiro
depois de percorrer mais de 20 mil quilômetros dirigindo, ao longo de
52 dias, entre os Estados Unidos e a Cidade Maravilhosa, passando por
vários países da América Latina.Há uma semana na cidade onde cresceu, ele mata a saudade dos amigos que não via há anos e das belezas naturais que não desfruta desde que se mudou para Redmond, em Washington (EUA), onde criou uma firma de arquitetura e vive com o filho.
"Essa viagem foi um presente para mim. Cheguei no dia 1º e fizeram uma festa de aniversário no dia seguinte. Esta semana resolvi ir no Cristo, agradecer a Deus pela viagem incrível. Tenho ido a praia praticamente todos os dias para aproveitar esse clima maravilhoso."
Apesar da longa estrada e da passagem por países desconhecidos, a exceção foi México, onde já havia passado, a viagem foi segura. Embora tenha escorregado com a moto em São Francisco e deixado o veículo cair, ele completou o trajeto quilométrico sem qualquer arranhão.
Entre sonecas em albergues e refeições em restaurantes indicados por locais, Pedro fugiu da internet e se deixou levar pelas indicações. De roupas, levou o mínimo. O único requisito para fazer parte da mala com menos de 20 peças era "secar rápido". Normalmente, graças ao ventilador do albergue, após ter sido lavada na pia. Com a vaidade absolutamente descartada, a principal preocupação, portanto, era com a moto: só descansava onde ela pudesse, também, dormir segura.
Durante a viagem, deu tempo para se divertir e visitar
lugares como Machu Picchu (Foto: Arquivo pessoal)
Sem pressa de chegar ao Rio, se deu o luxo de curtir a viagem sem
dirigir por alguns dias. A única obrigação era chegar a tempo de
comemorar o aniversário com a família. Passou um tempo em Dallas, onde
vive a irmã, para curtir um pouco a família que não poderia comemorar em
casa os 50 anos do viajante. Escolheu lugares que não podia deixar de
visitar como Machu Picchu, visitou velhos amigos que moravam no caminho e
conheceu diversos motoqueiros de várias nacionalidades, que indicavam
percursos e lugares bons para dormir e comer.lugares como Machu Picchu (Foto: Arquivo pessoal)
No meio do caminho, quando chegou na Colômbia é que a ficha caiu. "Me deu um pânico. Pensei: caramba, agora tenho que completar a viagem, não tem mais volta. Na realidade, até que foi tranquilo porque esse pensamento só me deu mais forças para continuar".
Mesmo após completar a viagem sem qualquer problema, Pedro aconselha cuidado aos motoqueiros de primeira viagem. "Não é uma coisa que dê para fazer do dia para a noite. Você tem que praticar. Meu conselho é começar pequeno e depois grande. Para os brasileiros, diria para começarem com uma viagem pelo país. Ou, no máximo, cruzar uma fronteira. Eu acho uma experiência inigualável, nunca vou esquecer".
Quando chegou na Colômbia, o medo: 'Deu um pânico' (Foto: Arquivo pessoal)
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