Médico obstetra é suspeito de cobrar para antecipar atendimento pelo SUS.
Profissional disse que só fala sobre assunto após contato com advogado.
Nesta quarta-feira (27), uma gestante de nove meses, que não quis se identificar, denuncia que o médico obstetra Paulo Roberto Bitencourt cobrou dinheiro por uma cirurgia de laqueadura feita pelo SUS. "Conversei com ele, que queria laqueadura, porque já iria ser o quarto [bebê] e ele me disse que cobraria uma taxinha de R$ 400", afirmou.
O obstetra também foi alvo da denúncia por parte do marido de outra grávida, que esperava pelo atendimento por cerca de três horas. Na terça-feira (26), o médico preferiu não dar entrevista. Sem saber que a câmera estava ligada, o obstreta confessou a prática. "Não é que esteja cobrando. Não chego aqui e cobro. É o doente que vai lá e paga para ser atendido. Quando chego, a taxa já está aqui", diz. Questionado sobre o destino do dinheiro, ele afirmou: "Essa taxa fica comigo". Segundo ele, o dinheiro não impossibilita que gestantes que não pagam deixem de receber o atendimento.
Denúncia
David Coelho, marido de uma jovem Laís Magalhães, moradora na zona rural, relatou como ocorreu o pagamento. "O rapaz pega a identidade, R$ 50 e leva até o médico. Existem pessoas aqui dentro, testemunhas, que viram ocorrer isso várias vezes", alertou. "Eu já estive aqui duas vezes e não consegui ser atendida por conta da quantidade de pessoas, aí eles começam a atender, depois param e a gente não consegue receber o atendimento", lamenta.
Na unidade de saúde, o recepcionista José Aroldo também explicou como funciona a cobrança, e a classificou como "taxa de prioridade". "É uma taxa de prioridade. Ele [médico] pega o nome da pessoa e atende com exclusividade", detalha. Segundo o funcionário, somente o obstreta Paulo Roberto Bitencourt realiza a prática. O provedor da Santa Casa, o médico Eusínio Lavigne, disse que não sabia da cobrança da taxa e que a direção foi acionada para investigar o caso.
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