MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 24 de março de 2013

Estagnação da PDVSA ameaça economia chavista

Luiz Raatz | Agência Estado

A PDVSA, a estatal venezuelana do petróleo, anunciou na sexta-feira uma queda de 6,2% em seu lucro líquido em 2012. O resultado, acreditam economistas críticos ao chavismo, é resultado de uma combinação de endividamento excessivo, falta de investimento em infraestrutura e comprometimento de parte da produção com remessas a custo baixo para países amigos e o pagamento de empréstimos à China.
Em 2012, a estatal petrolífera teve um lucro de US$ 4,2 bilhões, 6,2% menos do que os US$ 4,5 bilhões ganhos em 2011. O ministro do Petróleo e presidente da PDVSA, Rafael Ramírez, atenuou a queda dos ganhos da empresa. "A PDVSA não é uma empresa feita para ter lucro", disse ao apresentar os resultados. "Sua principal tarefa é aportar recursos ao Tesouro."
Em meio a uma crise de escassez de alimentos, com uma das inflações mais altas da América Latina e com uma desvalorização cambial que deve arrochar ainda mais o poder de compra do trabalhador venezuelano, o presidente que deve ser eleito daqui a três semanas terá de sanear sua principal fonte de receita para contornar a crise econômica.
"A indústria petroleira na Venezuela está estagnada e há divergências entre os números divulgados pelo governo e entidades internacionais. Produzimos menos hoje do que produzíamos antes da greve petroleira de 2003", afirma o economista Francisco Ibarra, da consultoria Econométrica.
A PDVSA responde por 96% dos dólares que entram no caixa da república bolivariana. Desde a chegada de Hugo Chávez ao poder, em 1999, no entanto, a natureza e a produtividade da empresa mudaram. Segundo estimativas de economistas críticos ao chavismo, a PDVSA produzia 3,5 milhões de barris de petróleo por dia em 1998. Hoje, de acordo com o governo venezuelano, esse número é 3 milhões de barris por dia. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diz que a cifra varia entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de barris por dia.
"Em 1998, a PDVSA tinha a capacidade de refino de 3,5 milhões de barris por dia. Tinha um importante grupo de refinarias nos EUA e na Europa e éramos capazes de levar o petróleo do poço até o tanque de gasolina do consumidor americano, nosso principal cliente", diz José Toro Hardy, um dos maiores especialistas em petróleo da Venezuela. "Lamentavelmente nos últimos anos a PDVSA se deteriorou muito. O dano foi profundo. Não se investiu na manutenção das refinarias e já não somos capazes de produzir toda a gasolina que consumimos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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