MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 10 de março de 2013

Forte seca prejudica safra e abastecimento de milho no Nordeste


Quebra na safra, em 2012, foi de 90% nos estados nordestinos.
Situação afeta os pequenos criadores da região.

Do Globo Rural

No Centro-Sul, os números da safra são otimistas, mas, no Nordeste, a seca continua forte. Mesmo o oeste da Bahia, onde não houve quebra no ano passado, agora está com problemas. Ainda falta milho na região para alimentar os animais.
Na fazenda do produtor Sigfried Epp, em Luiz Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, o clima não ajudou e a safra será menor este ano. “Nós temos, no mínimo, uma quebra de 30% esse ano, em questão da estiagem que tivemos, e ainda está tendo”, diz.
O oeste da Bahia é uma importante região produtora de grãos. No ano passado, a safra foi boa e rendeu 2 milhões de toneladas, sendo 40% foi para outros estados do Nordeste, que sofreram com a seca.
Somando a produção de milho do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, a quebra na safra, em 2012, foi de 90% Em 2013, estes estados vão depender mais do milho do Centro-Oeste para abastecer os criadores. Aí entra um problema, o do transporte. Com a super safra de grãos em andamento, é difícil encontrar quem queira levar grãos até o Nordeste.
“Para o produtor, é mais barato levar para o porto que levar para o Nordeste, porque, nos portos, há uma combinação do contrafluxo de cargas de fertilizantes, o que ameniza um pouco os custos tanto dos fertilizantes para chegar até a região produtora quanto do produto destinado à exportação, soja ou milho, que vai prevendo cargas de retorno”, afirma Dirceu Capeleto, diretor de transportadora.
Tudo isso acaba afetando os pequenos criadores do Nordeste. O milho, quando há, é caro e muitas vezes nem consegue chegar a muitos estados da região. É o caso da Paraíba. Após quase um mês de espera, chegou a Patos, no sertão paraibano, uma carrada de 37 toneladas de milho, vinda do Mato Grosso, mas todo esse milho, que é vendido por preço subsidiado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), só atendeu pouco mais de 20 criadores, deixando muitos produtores de fora.
Mesmo quem conseguiu comprar, reclama, já que o milho vendido aqui é limitado. São 1.500 quilos para cada produtor, uma quantidade ainda insuficiente para manter os animais que sobrevivem ao longo período de estiagem.
De acordo com a direção da Conab, há uma grande quantidade de milho para ser removida para a Paraíba, mas há a dependência do frete, já que quase toda a frota de caminhões do país está voltada para o escoamento da produção de soja.
Em outros estados do Nordeste, também está faltando milho. É o caso do Ceará. O produtor rural Demétrio Almado Barroso percorreu quase 100 quilômetros, de Canindé ao escritório da Conab na região metropolitana de Fortaleza. Veio em busca de milho, mas a resposta foi negativa.
Um armazém da Conab demonstra bem a gravidade da situação. Fica em Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, e atende 34 municípios. Seriam necessárias 5.500 toneladas de milho por mês para atender aos produtores cadastrados, mas, nos dois primeiros meses do ano, o armazém só recebeu, no total, pouco mais de 10% dessa quantidade.
Em Brasília, o diretor de operações e abastecimento da Conab, Marcelo Araújo, reconhece que as remessas de milho não são suficientes. “Nós recebemos das nossas superintendências regionais a demanda para 2013, e realmente é uma demanda alta, baseada justamente na emergência da seca, mas nós sabemos que é impossível atender dentro daquele quantitativo.
Nas 300 mil toneladas que estamos autorizados a comprar, 50 mil mensais, vamos dar um reforço naquilo que já estamos transportando”, diz.

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