Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado federal do PSC é questionado por declarações consideradas racistas e homofóbicas
Eduardo Bresciani - O Estado de S.Paulo
Os líderes partidários da Câmara decidiram
chamar o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para uma reunião na próxima
semana para tentar convencê-lo a deixar a presidência da Comissão de
Direitos Humanos. Pressionado pelo presidente da Câmara, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), e agora pelos líderes, Feliciano foi
respaldado na terça-feira por seu partido e pela bancada evangélica. O
deputado é questionado por declarações consideradas racistas e
homofóbicas.
A decisão por um convite ao pastor para um debate com os
líderes surgiu após mais de três horas de reunião em que se chegou a
conclusão de que não há caminho regimental para destituí-lo. Os partidos
passaram ao longo do dia fazendo várias cogitações de saídas para o
problema. A que teve mais adeptos seria a retirada de parlamentares da
comissão, mas os deputados chegaram a uma constatação de que a bancada
evangélica sozinha poderia realizar as sessões porque teria integrantes
suficiente para dar quórum às reuniões.
Para tentar convencer Feliciano o argumento continua sendo o
mesmo, o desgaste da Casa. "O colégio de líderes é mais forte do que um
deputado", argumentou o líder do PT, José Guimarães (CE). "Uma posição
de uma única pessoa não pode constranger toda a Casa", disse o líder do
DEM, Ronaldo Caiado (GO). O presidente da Câmara admitiu ter sido
surpreendido com a posição do PSC de bancar a permanência de Feliciano.
Alves afirma que a intenção é ampliar o diálogo para tentar convencer o
pastor.
A bancada evangélica, porém, está mobilizada na defesa de
Feliciano. Assessores e deputados têm acompanhado entrevistas dos
líderes que questionam o pastor fazendo questionamentos em defesa de
Feliciano. Lideranças dessa bancada cogitam realizar manifestações de
apoio ao pastor para contrapor-se aos movimentos que pedem sua saída da
comissão.
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