Tumulto levou à suspensão da reunião da Comissão de Direitos Humanos.
Manifestantes tentaram conter seguranças, mas ativista foi para delegacia.
A sessão começou às 14h20 sob o barulho de apitos. Marco Feliciano tentou falar, mas foi interrompido por palavras de ordem: “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”. Depois, um parlamentar iniciou uma explanação sobre a situação dos corintianos na Bolívia e foi interrompido por um manifestante: "Você está ao lado de um racista, não aceite não". Feliciano, então, apontou para um manifestante e determinou a prisão.
“Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”, afirmou Feliciano, alvo de protestos pelo país por declarações consideradas racistas e homofóbicas.
O jovem, que se identificou como Marcelo Régis Pereira, começou a gritar: “Isso é porque sou negro. Eu sou negro.” Os seguranças informaram que o rapaz seria levado para a Delegacia da Polícia Legislativa para prestar depoimento.
Depois que os seguranças retiraram o rapaz, Feliciano disse: "podem espernear, fui eleito com o voto do povo".
Feliciano suspendeu a sessão por cinco minutos e transferiu a reunião para outra sala, onde entrada de manifestantes tanto contrários a ele quanto a favor foi proibida.
Antes de a reunião se iniciar, seguranças da Câmara dos Deputados limitaram a entrada de manifestantes na reunião da Comissão de Direitos Humanos.
No plenário da comissão formou-se uma batalha de protestos. Grupo de evangélicos gritava “Jesus, Jesus” e “fica, Feliciano”, enquanto manifestantes contrários a Feliciano bradavam “Estado laico já” e “Fica na sua igreja”.
Segundo os seguranças, a limitação da entrada foi para “evitar a bagunça” ocorrida nas últimas duas reuniões da comissão. Nesta terça (26), Feliciano havia anunciado que “tomaria cautelas” para que não houvesse tumulto.
Manifestantes pedem saída de Marco Feliciano da
presidência da Comissão de Direitos Humanos
(Foto: Fabiano Costa/G1)
A estudante Júlia Maria Soares criticou a entrega de senhas. "Isso é a
casa do povo, todos deviam poder entrar. O limite deveria ser o do
espaço físico, não entrega de senhas e divisão de grupos", afirmou. Ela
disse que a mobilização contra Feliciano continuará enquanto ele não
renunciar.presidência da Comissão de Direitos Humanos
(Foto: Fabiano Costa/G1)
Já a comerciante Antônia dos Santos Carneiro, da igreja Assembleia de Deus, afirmou que foi dar apoio a Feliciano para que ele permaneça na comissão e “defenda a família”.
“Eu vim aqui para apoiar o pastor Feliciano. Queremos dar apoio à família. Defendemos uma família sadia, homem e mulher procriando. Queremos Feliciano na presidência porque ele vai defender a família”, disse.
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