Concentração em corredor da Câmara gerou tumulto com seguranças.
Segundo manifestante foi conduzido para dar depoimento à polícia.
Impedidos de entrar em reunião da Comissão de Direitos Humanos
presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP) nesta quarta-feira
(27), manifestantes se concentraram perto do corredor que dá acesso ao
gabinete do parlamentar numa tentativa de protestar em frente à sala,
localizada no anexo 4 da Câmara dos Deputados. Os seguranças tiveram de
barrar o acesso e chegaram a entrar em confronto com alguns dos
opositores de Feliciano (veja vídeos).
Em meio ao tumulto, um manifestante acabou levado por agentes da
Polícia Legislativa para prestar esclarecimentos. Foi o segundo a ser
detido na tarde desta quarta. Para evitar a invasão do gabinete de
Feliciano, localizado num edifício distinto do que abriga as comissões,
funcionários tiveram de trancar a porta e deixaram o local.
Um casal de manifestantes conseguiu furar o bloqueio dos seguranças e
ficou em frente ao gabinete para protestar. Ficaram cerca de 30 minutos
até que os funcionários de Feliciano deixaram o local. "O objetivo é
obstruir os trabalhos, chamar a atenção, impedir que ele se sinta
confortável nessa posição dele. Nós estamos dizendo claramente: 'Você
não vai ficar aí, você vai ter que renunciar!'", disse ao
G1 um deles, o estudante de Ciência Política da UnB, Marcelo Caetano, 23 anos.
Mais cedo, dentro do próprio plenário da comissão, um outro jovem foi
levado por policiais após ordem de Feliciano, por tê-lo chamado de
racista. A sessão acabou transferida para outro local, mais restrito
para o público.
O primeiro jovem detido, identificado como Marcelo Régis Pereira, deu
esclarecimentos à polícia e foi liberado. O segundo também só seria
questionado sobre a confusão para depois ser liberado, segundo a Polícia
Legislativa.
Desde sua indicação, Feliciano sofre pressão para deixar o posto por conta de
declarações consideradas homofóbicas e racistas. A pressão se avolumou na semana passada após o deputado ter
divulgado vídeo que equipara as manifestações a "rituais macabros".
Nesta terça, no entanto, o PSC confirmou que Feliciano
será mantido no comando da Comissão de Direitos Humanos, contrariando recomendação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
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