MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 25 de março de 2013

Militância dividida marca passagem de Dilma Rousseff por Pernambuco


Manifestantes do PT e do PSB foram a Serra Talhada, apoiados por prefeitos.
Presidente seguirá para o RJ, onde participa de missa pelas vítimas da chuva.

Renan Holanda Do G1 PE, em Serra Talhada

Inauguração da adutora do Pajeú com Dilma Rousseff e Eduardo Campos (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Inauguração da adutora do Pajeú com Dilma Rousseff e
Eduardo Campos (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
A visita da presidente Dilma Rousseff (PT) ao Sertão pernambucano, nesta segunda-feira (25), acompanhada do governador do estado Eduardo Campos (PSB), foi marcada pela divisão dos militantes petistas e socialistas no público que acompanhou o evento. Dilma esteve no município de Serra Talhada para inaugurar a primeira etapa da adutora do Pajeú, além de entregar máquinas retroescavadeiras e ônibus escolares para cidades do interior de Pernambuco.
Assim que a presidente chegou ao evento, gritos de "Dilma, Dilma" eram escutados aos montes no local. A agricultora Maria Helena da Silva era uma dessas vozes. Ela foi à solenidade em um caminhão disponibilizado pelo prefeito de Serra Talhada, o também petista Luciano Duque. "Viemos dar o nosso apoio à presidente, é muito bom ver que tanta gente veio para cá com a mesma intenção", disse Silva.
Bem menor era o grupo de manifestantes do PSB. O agricultor Pedro Santana, acuado em meio a uma multidão de petistas, quase não conseguia ser ouvido. Ao lado de alguns colegas de profissão, ele veio de Afogados da Ingazeira, município administrado pelo prefeito José Patriota, partidário do governador Eduardo Campos. "Foram dois ônibus vindos de lá", afirmou Santana.
Faixas em apoio a Dilma Rousseff e Eduardo Campos, no Sertão de Pernambuco (Foto: Renan Holanda / G1)Faixas em apoio a Dilma e a Eduardo se misturam
no Sertão do estado  (Foto: Renan Holanda / G1)
Ao longo da principal rodovia federal que corta Serra Talhada, a BR-232, bem como no local da solenidade, era possível ver faixas de apoio e agradecimento, tanto para Rousseff quanto para Campos.
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), também participou da solenidade. Foram entregues 118 km referentes à primeira etapa da adutora do Pajeú, que serão suficientes para abastecer as cidades de Floresta, Serra Talhada, Calumbi, Flores, Carnaíba e Afogados da Ingazeira, além do distrito de Canaã, em Triunfo. Todas as localidades ficam no Sertão pernambucano. Ainda restam 79 km para a conclusão dessa fase da obra, o que deve acontecer até o segundo semestre de 2013.
No total, a adutora terá 598 km. Quando estiver 100% concluída, ela irá captar água do Rio São Francisco para atender cerca de 400 mil pessoas em 21 cidades pernambucanas e oito paraibanas. O investimento é de R$ 547 milhões.
Aliança abalada
A visita da presidente a Pernambuco ocorre em meio a momento delicado da relação entre PT e PSB. Nas últimas semanas, Campos intensificou os encontros com empresários e políticos. No último sábado (23), ele participou de um tradicional almoço promovido pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), antigo desafeto e agora aliado, na praia do Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. O peemedebista, embora integrante de um partido da base de sustentação federal, é opositor declarado do governo Dilma.
Pedro Santana e Maria Helena, na inauguração da adutora do Pajeú (Foto: Renan Holanda/G1)Agricultores, Pedro Santana e Maria Helena acompanham
inauguração da adutora do Pajeú (Foto: Renan Holanda/G1)
Uma semana antes, Campos já havia se encontrado secretamente em São Paulo com o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que chegou a dizer dias depois que a candidatura do pernambucano seria "boa para o Brasil e para a política". O próprio socialista afirmou, durante compromisso público na sexta-feira (22), ter muitas afinidades com o tucano. "Esse campo em que Serra militou é muito mais próximo do que muita gente que está conosco hoje e esteve conosco na base de sustentação do presidente Lula", justificou.
Apesar dos encontros políticos, o governador de Pernambuco não se assume candidato e diz que o PSB vai tomar a decisão pela candidatura própria ou pela continuidade do apoio ao governo Dilma no momento oportuno. "Esse debate o PSB vai fazer no tempo certo, não haverá ansiedade da nossa parte. Eu continuo com a opinião de que a gente deve discutir, e principalmente decidir, sobre 2014 somente em 2014", ponderou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário