MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Petrobrás desiste de vender refinaria dos EUA, alvo de investigação do TCU


Presidente da empresa disse que será necessário investir na refinaria para que seja valorizada e tenha melhor retorno


Sabrina Valle, de O Estado de S. Paulo
RIO - A Petrobrás desistiu de vender a refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), em processo desencadeado depois de o Grupo Estado, revelar, no ano passado, que o negócio geraria cerca de US$ 1 bilhão de prejuízo à estatal. A presidente da empresa, Graça Foster, disse nesta terça-feira, 19, que será necessário investir na refinaria para que seja valorizada e tenha melhor retorno na venda.

Graça Foster, presidente da Petrobrás - Fabio Motta / Estadão
Fabio Motta / Estadão
Graça Foster, presidente da Petrobrás
Graça também revelou que pode rever a oferta de outros ativos. Segundo fontes, também a refinaria da Petrobrás em Okinawa, no Japão, com capacidade para 100 mil barris/dia, foi um mau negócio para a estatal. A petroleira comprou 87,5% da refinaria em 2008, adquirindo o restante posteriormente.
"Saiu a refinaria de Pasadena (da lista de desinvestimentos), existem outros ativos que estão na iminência de sair", disse a executiva, sem revelar quais.
Segundo Graça, para entrar ou sair do plano de venda de ativos os projetos passam por escrutínio e uma equipe especializada precisa provar se vale a pena manter a venda ou suspendê-la. No balanço do quarto trimestre, a Petrobrás lançou uma baixa contábil de R$ 464 milhões referente a Pasadena, valor que já reconhece como perdido.
Plano de negócios
A Petrobrás previa no plano de negócios quinquenal divulgado no ano passado desinvestir US$ 14,8 bilhões, sendo parte com operações financeiras que de fato foram realizadas. Agora, projeta vendas de US$ 9,9 bilhões, ou seja, US$ 4,9 bilhões a menos. Graça informou, porém, que no ano passado foram desinvestidos cerca de US$ 4 bilhões.
A presidente também confirmou que estão à venda ativos da Petrobrás na Argentina, declinando de fornecer detalhes para não atrapalhar as negociações. Sobre o Golfo do México, onde a estatal tem participação em 175 blocos exploratórios com grande valor de venda, a executiva não teceu comentário. Anteriormente, dissera que o conjunto poderia render à companhia até US$ 6 bilhões.
Graça relatou que houve um rearranjo no portfólio de vendas. A maioria dos ativos foi comprada antes da descoberta do pré-sal, em 2006, e agora a Petrobras precisa levantar recursos no exterior para desenvolver os campos internamente.
Refino no Brasil
A executiva atualizou três projetos de refino em solo brasileiro, que renderam controvérsia pelo orçamento acima do preço de mercado. A refinaria Abreu e Lima (Rnest, em Pernambuco) teve o orçamento elevado em US$ 250 milhões, para US$ 17,35 bilhões. Outros US$ 3 bilhões em pleitos de fornecedores estão em negociação.
A refinaria, pelo menos três vezes mais cara que pares estrangeiras, deveria ter a venezuelana PDVSA como sócia (40%), segundo acordo bilateral de 2005. A venezuelana, contudo, nunca fez aportes. Graça disse que a Petrobrás estava prestes a discutir um último aditivo com a PDVSA quando o processo foi interrompido pela morte do presidente Hugo Chávez. Ela informou que tem audiência marcada com a estatal venezuelana para retomar as negociações. A proposta anterior da PDVSA seria pagar sua parte em petróleo.
A Petrobrás também mantém oficialmente na geladeira o projeto das refinarias Premium I e II, obras de grande apelo político para serem construídas no Maranhão e no Ceará. Graça negou, todavia, que as refinarias tenham "subido no telhado". "Se teve uma coisa que aprendemos em 2012 foi a importância das novas refinarias, precisamos delas", afirmou.

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