MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 27 de março de 2013

PSC recebe petição eletrônica com 445 mil assinaturas contra Feliciano


Entidade fez entrega simbólica do documento a vice-presidente do PSC.
Organizador da petição disse que a 'pressão vai continuar'.

Nathalia Passarinho e Fabiano Costa Do G1, em Brasília

O PSC recebeu nesta quarta-feira (27) uma petição eletrônica com 445 mil assinaturas favoráveis à renúncia do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A entrega simbólica do documento foi feita ao líder do PSC, André Moura (PSC-SE), e ao vice-presidente do partido, Everaldo Pereira, por ativistas e representantes da Avaaz, entidade internacional que organiza manifestações pela internet.
“Essa petição demonstra que a sociedade não está legitimando a indicação de Feliciano. O Congresso cometeu um erro  ao indicá-lo e percebeu o erro diante da mobilização da sociedade. O que a gente está vendo é que a mobilização da sociedade faz diferença. E a pressão vai continuar”, disse Pedro Abramovay, diretor de campanhas da Avaaz.
Segundo ele, a cúpula do PSC disse que daria 30 dias para Marco Feliciano demonstrar se consegue atuar com equilíbrio e eficiência à frente da Comissão de Direitos Humanos. “O PSC disse que dará 30 dias para ver se Feliciano atuará como magistrado na presidência. Se ele falhar, o PSC afirmou que abrirá processo disciplinar para expulsá-lo do partido. A gente não acha esse prazo de 30 dias satisfatório”, disse Abramovay.
Nesta terça (26), o PSC decidiu manter Feliciano à frente da Comissão de Direitos Humanos. André Moura afirmou que o partido tentou sem sucesso convencer o deputado de São Paulo a renunciar. Segundo ele, pelo regimento, a sigla não tem poder de trocar a indicação se Feliciano não abrir mão de comandar o colegiado.
A permanência de Feliciano não foi bem recebida por líderes partidários. Após reunião na noite de terça (26) no gabinete do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDN-RN), eles anunciaram reunião na próxima terça (2) para tentar convencer o deputado do PSC a renunciar.
Tumulto
No início da tarde desta quarta-feira (27) o deputado Marco Feliciano decidiu transferir o local de reunião da Comissão de Direitos Humanos após tumulto envolvendo manifestantes contrários à presença dele na presidência. Logo no início da sessão, o deputado determinou que fosse detido um manifestante que o chamou de racista, o que causou confusão.
A sessão começou às 14h20. Marco Feliciano tentou falar, mas foi interrompido por palavras de ordem: “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”. Depois, o presidente da comissão apontou para um manifestante e determinou a prisão.
“Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”, afirmou Feliciano, alvo de protestos pelo país por declarações consideradas racistas e homofóbicas.
Os seguranças imediatamente se dirigiram para o fundo da sala da comissão, onde se encontravam os manifestantes e tentaram deter o rapaz. Outros jovens que protestavam contra a permanência de Feliciano na comissão tentaram evitar, sem sucesso, que ele fosse retirado da comissão.
O jovem, que identificou como Marcelo Régis Pereira, começou a gritar: “Isso é porque sou negro. Eu sou negro.” Os seguranças informaram que o rapaz seria levado para a Delegacia da Polícia Legislativa para prestar depoimento.
Feliciano suspendeu a sessão por cinco minutos e transferiu a reunião para outra sala, onde seria proibida a entrada de manifestantes tanto contrários a ele quanto a favor.
Antes de a reunião se iniciar, seguranças da Câmara dos Deputados limitaram a entrada de manifestantes na reunião da Comissão de Direitos Humanos.
Eles entregaram senhas e só autorizaram a entrada de 20 manifestantes contrários ao parlamentar e outros 20 a favor.
No plenário da comissão formou-se uma batalha de protestos. Grupo de evangélicos gritava “Jesus, Jesus”  e “fica, Feliciano”, enquanto manifestantes contrários a Feliciano bradavam “Estado laico já” e “Fica na sua igreja”.
Segundo os seguranças, a limitação da entrada foi para “evitar a bagunça” ocorrida nas últimas duas reuniões da comissão. Nesta terça (26), Feliciano havia anunciado que “tomaria cautelas” para que não houvesse tumulto.

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