MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Agricultora deixa a BA em busca de novas oportunidades em Rondônia


As dificuldades foram muitas, mas ela se considera uma vencedora.
Globo Rural mostra série sobre mulheres que abriram fronteiras agrícolas.

Do Globo Rural

A rotina de Augusta Rezende começa bem cedinho com a ordenha. O leite direto da fonte é indispensável para o café-da-manhã e para a renda da família.
Aos 76 anos, ela tem um vigor de dar inveja e cuida, com a ajuda dos filhos, de um rebanho de 80 cabeças entre gado de leite e corte.
É ela quem comanda também a criação de peixes. Quatro vezes por dia, visita os tanques para dar ração aos tambaquis e pirarucus.
Fotografias, antigas e gostosas lembranças revelam mais um pouco da história da mulher que nasceu em Ubiraçaba, na Bahia. Augusta chegou em Rondônia em 1974 com o marido e os nove filhos. A propriedade que ainda é dela, faz parte do primeiro projeto de assentamento do Incra na região. Era uma fazenda que fora desapropriada para reforma agrária.
Na época, só havia mato, um ranchinho de madeira e muita coragem para transformar. Tempos difíceis, onde o único instrumento era a enxada.
A área de 60 hectares foi comprada pelo marido de Augusta de um posseiro. Era uma grande fazenda invadida na década de 70, que foi desapropriada pelo Incra 1987. Dez anos depois, só então, Augusta recebeu o título definitivo.
Jovem, ela perdeu o marido e o porto seguro, com apenas 43 anos. Nunca quis saber de outro companheiro e nem teve namorados. Só pensou em cuidar dos filhos e fazer prosperar a terra que seria a herança deles.
Anos depois, sofreu outros baques, a perda de dois filhos, um para a hepatite, descoberta tarde demais, e outro em um acidente de carro.
Dos sete filhos que ainda estão vivos, apenas um mora em São Paulo, todos os outros trabalham na roça com a mãe. Francisco é um deles, um companheirão e grande admirador. "Perdi meu pai muito cedo e minha mãe batalhou sozinha, se estamos aqui hoje é graças a ela", conta.
O que mais orgulha Augusta é ver a família crescendo. Ela já tem nove netos e sete bisnetos e se engana quem pensa que ela quer sossegar. A cabeça não para de fazer planos. "Quero aumentar meu gado de leite e os peixes. Ainda não está do meu gosto, ainda tenho muito fôlego para gastar", diz.

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