MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 5 de maio de 2013

Atraso nas obras da Escola de Cegos deixa alunos sem assistência em AL


Estado garante que reforma estará concluída na próxima segunda-feira (6).
Mais de cem alunos estão sendo diretamente afetados.

Do G1 AL

A longa reforma pela qual passa a Escola Estadual de Cegos Cyro Accioly, localizada no Centro de Maceió, que já dura um ano e quatro meses, tem deixado pais e alunos extremamente preocupados. Sem saber quando a reforma vai terminar, cerca de 110 alunos estão sem assistência adequada.
Para o presidente da Associação de Cegos e do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Roberto Freire, o fato de a escola estar fechada se torna ainda mais difícil porque a Cyro Accioly é a única no estado a oferecer ensino adaptado aos portadores de deficiência visual.
Sinais da reforma ainda são visíveis na porta da escola. (Foto: Derek Gustavo/G1)Sinais da reforma ainda são visíveis na porta da escola. (Foto: Derek Gustavo/G1)
“Não só a escola está fechada, mas também o Centro de Atendimento Pedagógico. Ele conta com uma impressora em braile, que o modelo mais barato custa R$ 40 mil, e diversos computadores modernos. Os alunos não podem usar esses equipamentos. É uma situação complicada para todos os que dependem deste trabalho”, explica Freire. Ele também conta que vem ouvindo diversas queixas de pais, que dependem da ajuda da escola.
A escola foi fechada como parte do programa de reforma das escolas públicas do Estado, iniciado em janeiro de 2012. A Cyro Accioly foi uma das unidades que sofreu diversos atrasos nas obras, que deveriam ter sido entregues em abril do mesmo ano. O que não aconteceu. O início das aulas estava marcado para o último dia 15 de abril, mas uma nova reforma precisou ser feita.
Edson Sabino, que é um dos alunos atendidos pela Cyro Accioly, disse que todos os estudantes estão na expectativa para a reabertura da escola. Ele falou que o fechamento acarretou em prejuízo no aprendizado de todos. "Está sendo um período muito difícil porque ficamos sem o suporte da escola. Para tentar diminuir os prejuízos, alguns alunos contrataram professores particulares", disse.
Soluções emergenciais
O diretor da Cyro Accioly, Roberto Leite, explica que, apesar das dificuldades enfrentadas por todos, algumas soluções emergenciais foram tomadas para que o atendimento não fosse seriamente comprometido. Uma delas foi levar os professores até os alunos.
“Quando é possível, nós mandamos o professor para a escola regular onde o aluno com deficiência visual está matriculado. Ele o acompanha durante as atividades realizadas e fornece assistência ao estudante”, afirma.
Expectativa é que obra esteja encerrada nesta segunda-feira (6). (Foto: Derek Gustavo/G1)Expectativa é que obra esteja encerrada nesta
segunda-feira (6). (Foto: Derek Gustavo/G1)
Contudo, essa soluções só atendem a uma parte pequena dos estudantes que dependem da instituição. O diretor aponta que a escola tem 128 alunos matriculados, e 110 deles estão sem atendimento. As chuvas que caem em Maceió há alguns dias fizeram com que erros na obra se tornassem evidentes, transformando o início das aulas em uma icógnita, visto que elas deveriam ter começado há um mês.
“Estou sendo procurado pelos pais dos alunos praticamente todos os dias. Eles sempre me perguntam quando recomeçaremos o atendimento, pois estão todos preocupados com os problemas que estamos enfrentando. Estou só esperando o dia em que os reparos estarão concluídos e a escola seja entregue. Torço para que tudo dê certo e seja resolvido o mais rápido possível”, conclui.
O diretor também lembra que de acordo com a resolução nº 7.611, de 2011, a Cyro Accioly não é mais considerada uma escola pelo governo do Estado, mas sim um centro de assistência.
Reforma demorada
A assessoria da Secretaria de Estado da Educação (SEE) explicou que a obra em si havia sido concluída dentro do prazo. O prédio, no entanto, só não havia sido entregue por conta de alguns danos causados pelas chuvas, que fizeram com que reparos se tornassem necessários. A nova reforma se concentrou principalmente no forro de algumas salas, nas calhas, que escoam a água da chuva, e no entelhamento, que foi feito da forma errada, conforme mostrou o G1 no dia 22 de abril, quando houve infiltração nas salas.
Ainda de acordo com a assessoria, após a conclusão dessa nova reforma, que já dura cerca de duas semanas, um novo prazo de entrega foi estabelecido. “Na próxima segunda-feira (6) estaremos entregando tudo, e um novo calendário para as aulas pode ser elaborado”.

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