MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Briga do PMDB com o PT poderia ser para valer; o país sairia ganhando…


Sempre que o PMDB briga com o PT e com o governo, o país fica mais próximo da moralidade. O diabo é que, como numa música breganeja que ouvi ontem num táxi, “Quando a gente fica junto, tem briga/ Quando a gente se separa, saudade (…)”. Vale dizer: eles sempre reatam — porque é natureza do PMDB voltar para os braços de quem está no poder. Qual é o busílis desta feita? Boa parte dos peemedebistas da Câmara decidiu assinar um requerimento que pede uma CPI para apurar irregularidades na Petrobras, especialmente a compra e venda de ativos no exterior. Endossam o pedido 199 deputados (é necessário um mínimo de 171). Do total, 120 pertencem a partidos da base aliada — 52 são peemedebistas; vale dizer: 63% da bancada de 82 deputados do partido.
A CPI é só um recado, é só um sinal. Ainda que prosperasse, não seria para já. Há dez pedidos na frente. O PMDB só está deixando claro à presidente Dilma, por intermédio dos deputados, que está descontente com o governo. Por isso assina um requerimento de CPI. Infelizmente, é para negociar mais adiante.
É claro que a Petrobras está a merecer uma CPI faz tempo. Basta contrastar a realidade da empresa hoje (e suas perspectivas) com as fantasias deixadas por José Sérgio Gabrielli, ex-presidente. Mais: ainda está sem solução o escândalo de Pasadena: a operação de compra de uma refinaria nos EUA resultou num prejuízo para a empresa de quase US$ 1,2 bilhão. Até o PMDB sabe disso.
Logo, se as mágoas acumuladas do PMDB resultassem numa CPI da Petrobras, algum bem se poderia fazer ao país e até mesmo à empresa — no médio e no longo prazos ao menos. Mas o mais provável é que não aconteça nada e que o governo ceda aqui e ali, pacificando o partido.
É claro que vai mal um país em que a moralização de uma empresa ou a investigação de operações suspeitas — e essas coisas deveriam ser obrigações — são empregadas como moeda de troca. O texto poderia ser este: “Ou vocês cedem a alguns dos nossos pleitos, ou vamos começar a fazer o certo e a cumprir o papel que nos atribuiu o eleitor”.
Por Reinaldo Azevedo

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