MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 7 de maio de 2013

Calouro diz que teve queimadura de 2º grau após trote com creolina na BA


Jovem de 15 anos disse que teve pescoço queimado com mistura química.
Caso foi registrado em uma unidade de ensino localizada em Itapetinga.

Ruan Melo e Rafaela Ribeiro Do G1 BA

Um estudante de 15 anos do Instituto Federal de Educação e Tecnologia Baiano (IFBaiano), do campus de Itapetinga, no centro-sul do estado, foi internado em um hospital após passar por trote na segunda-feira (6). Valter Rubens Alcântara Junior relata que em seu seu primeiro dia de aula foi abordado por cinco estudantes do último ano, e teve o pescoço queimado com um produto químico.
“Eu sou calouro do curso de técnico em Agropecuária. No primeiro dia tem esse negócio com calouro. Tinha um pessoal veterano, umas treze pessoas, fazendo uma barreira na entrada da escola. Muitos estavam apenas jogando tinta. Só que veio um grupinho com um produto químico. Eles esguicharam creolina, que é um remédio pra retirar bicho em cavalo, misturada com perfume, alho. Na hora eu não senti nada. Dois minutos depois começou a queimar a pele. Aí eu liguei pro meu pai. Ele me levou em casa, me deu banho, passou pomada, mas não resolveu. Depois ele me levou pro hospital”, relata o estudante.
Em contato com o G1, o IFBaiano informou que irá divulgar uma nota de esclarecimento para a comunidade e para a imprensa ainda nesta terça-feira (7).
Ao ser levado para o hospital, Valter conta que os médicos disseram que, por pouco, a brincadeira não custou a vida dele. “O médico disse que eu tive queimadura de segundo grau e tinha que ser internado urgentemente. A minha garganta estava fechando e eu não estava conseguindo respirar. O médico disse que se pegasse no olho eu tava cego e se demorasse mais eu estaria morto porque a garganta estaria fechada”, diz.
“Ele chegou praticamente asfixiado. A pele onde queimou está com cheiro de creolina até hoje. Eu dei um monte de banho nele e o cheiro não saiu. Como ele estava de gola polo, o produto não desceu nas costas, ficou acumulado no pescoço”, informa a mãe de Valter, Eliene Alves.
Até as 14h30 desta terça-feira (7) o estudante permanecia internado em um hospital particular de Itapetinga. “Eu estou recebendo nebulização de 15 em 15 minutos pra hidratar a garganta. Vou ter que fazer endoscopia, já fiz radiografia, mas não deu nada”, diz Valter.
Processo
Eliene Alves conta que o seu marido registrou queixa contra o trote no Complexo Policial de Itapetinga e no Ministério Público. “Alguns pais [dos veteranos] vieram no hospital e falaram comigo. Eles disseram que de nenhuma forma vão fugir da responsabilidade e vão arcar com as despesas”, afirma a mãe.

O delegado titular da delegacia de Itapetinga, Roberto Júnior, relata que três adolescentes participaram do trote que resultou na reação alérgica do estudante. Segundo ele, as três já foram encontradas e ouvidas pela polícia.
"Elas alegaram que fizeram isso a título de brincadeira, que não tinham conhecimento que isso causaria uma reação alérgica. Eles se mostraram arrependidas, mas de qualquer forma elas vão ser responsabilizadas. Elas vão responder por lesão corporal", explica o delegado, que afirma ainda que a vítima deverá ser ouvida após deixar o hospital. Em seguida, o processo será encaminhado ao Ministério Público.
Mesmo com início difícil no instituto, Valter Rubens afirma que irá seguir na unidade e que não pretende desistir do curso. “Penso em voltar porque foi uma casualidade. Tenho esse sonho. Gosto de mexer com essas coisas. Isso que aconteceu não me impede de realizar meus sonhos”, garante.

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