Cidade se orgulha de produzir 'queijo mais fedido do mundo' nos EUA

Monroe se orgulha de ser único lugar do país a ter o Limburger.
Famoso malcheiro do alimento é representado em programas de humor.

Da Associated Press

Tony Zgraggen, dono de uma loja em Monroe, mostra o Limburger (Foto: Niamh O’Neill-Culhane/AP Photo)

“Queijo Limburger: não coma com o nariz”. O aviso em uma loja da pequena cidade de Monroe, nos EUA, alerta os visitantes sobre a característica mais famosa da especialidade da casa – um queijo tão malcheiroso que é considerado “o queijo mais fedido do mundo”.

O queijo, que recebe uma bactéria fétida para
envelhecer rapidamente
(Foto: Niamh O’Neill-Culhane/AP Photo)

Monroe é uma cidade charmosa e tranquila de 10 mil habitantes situada na região rural do estado do Wisconsin.
Fundado por imigrantes suíços e alemães, o município tem uma cervejaria, um “Museu do queijo” e uma praça antiga com um tribunal de 1891.
Essa praça abriga também a cooperativa onde é produzido o queijo Limburger. A população gosta de dizer, com orgulho, que a cidade é o único lugar nos EUA onde o queijo – que recebe uma bactéria fétida para envelhecer rapidamente – ainda é produzido.
O Limburger era feito originalmente por monges no século 19 no ducado de Limburg, uma área hoje dividida entre a Bélgica, a Alemanha e a Holanda.

Cartaz sobre o queijo Limburger diz:
"Não coma com o nariz"
(Foto: Niamh O’Neill-Culhane/AP Photo)

Posteriormente, sanduíches feitos com esse queijo se tornaram populares entre trabalhadores, que gostavam de comê-los acompanhando cerveja.
Com a proibição de vender álcool nos EUA no início do século 20, a venda do queijo foi afetada e a produção diminuiu.
Mas Monroe continuou fabricando o produto, e hoje a cooperativa da cidade fabrica mais de 317 mil quilos por ano.

Monroe, única cidade dos EUA que
, considerado o queijo mais fedido do mundo
(Foto: Niamh O’Neill-Culhane/AP Photo)

Chaplin
O queijo é famoso na literatura, no TV e no cinema dos EUA. Em 1882, o escritor Mark Twain o descreveu, em uma de suas novelas, como “o mais penetrante mau cheiro” que existe.
Em 1918, Charlie Chaplin interpretou no filme “Shoulder Arms” um soldado que, após abrir um pacote de Limburger, lança-o às linhas inimigas, obrigando os alemães a se renderem.
Depois dele, outros filmes e programas humorísticos mostraram cenas parecidas, em que um personagem sofre um colapso ao cheirar o queijo.
Em 2006, um estudo que mostrou que o mosquito da malária é atraído igualmente pelo cheiro de pés humanos e do queijo Limburger ganhou o prêmio Ig Nobel, uma paródia do Nobel que elege os estudos mais engraçados do mundo da ciência.