Empresa cancela passeios pelo Bronx após protestos de moradores

Turistas iam ao distrito de Nova York para conhecer vida 'popular' da região.
Moradores afirmam que imagem do bairro era prejudicada com passeios.

Da AP

Homem passa por baixo de trilhos do trem que cruzam o Bronx, em Nova York. Empresa oferecia passeios a turistas e, segundo moradores, denegriam a imagem do bairro (Foto: AP)

Uma empresa que oferecia visitas guiadas a um “gueto” no Bronx, distrito de Nova York, deixou de prestar o “serviço turístico” após receber protestos indignados de moradores da região.

A “Real Tours Bronx”, que transportava turistas, principalmente europeus, desde Manhattan para conhecer a vida no Bronx a “uma distância segura” emitiu um comunicado esta semana informando que deixaria de oferecer o serviço.

Três vezes por semana, a empresa levava visitantes por US$ 45 a locais públicos que oferecem refeições, casas populares e a um parque onde, supostamente, rondam trombadinhas.
Aos turistas eram contadas histórias de que naquela região, nas décadas de 1970 e 1980, ocorreram episódios relacionados a disputas entre gangues, tráfico de drogas e assassinatos.
Os moradores afirmam que os passeios não fazem justiça ao lugar onde cresceram representantes do governo norte-americano como o ex-secretário de Estado Colin Powell e a atual juíza da Suprema Corte, Sonia Sotomayor.
“Aqueles dias [de conflitos] se foram, o Bronx está em reconstrução e vai se levantar novamente”, disse Bobby Sanabria, músico que vive na região e que foi nomeado ao Grammy, prêmio da indústria fonográfica.
Uma carta aberta elaborada por representantes do bairro foi enviada ao proprietário da empresa, Michael Myeres, alegando que os moradores estavam “revoltados com a forma desprezível” que o distrito estava sendo apresentado ao público.
A empresa foi procurada pela reportagem da AP, mas não respondeu aos pedidos de entrevista. O site da companhia foi retirado do ar.

Moradias do Bronx, região de Nova York (Foto: Richard Drew/AP)