No primeiro trimestre foram embarcadas 1,9 milhão de toneladas.
Problemas de infraestrutura das estradas e portos prejudicaram vendas.
Filas de caminhões parados para desembarcar
em terminal ferroviário . (Foto: Alberton Viana)
Os problemas logísticos para escoar a produção brasileira de grãos,
associado a uma super safra agrícola, influenciaram o desempenho das
exportações da soja mato-grossense no primeiro trimestre do ano. Com um
ritmo mais lento, as vendas ao mercado internacional recuaram 42%,
passando de 3,3 milhões de toneladas (igual período de 2012) para 1,9
milhão de toneladas, de acordo com dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), compilados pelo
Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).em terminal ferroviário . (Foto: Alberton Viana)
“Entramos janeiro, fevereiro e março com o milho ainda sendo exportado. Com os problemas logísticos e uma alta produção, nossas exportações foram menores”, frisou Ozelame ao Agrodebate.
Somente em março o estado embarcou 1,4 milhão de toneladas, patamar 208% superior ao verificado em fevereiro, mas 35% menor frente a março de 2012. A China mantêm-se na posição de principal importadora do produto, absorvendo 972 mil toneladas, equivalente a 66% de toda a soja oriunda de Mato Grosso exportada no período.
Por outro lado, Ozelame frisa que mesmo inferiores à média do período, a tendência é que as exportações retomem o comportamento de normalidade nos próximos meses, à medida que a produção é escoada.
“Com a saída do milho a tendência é aumentar a exportação de soja em decorrência também das falhas logísticas que começam a melhorar”, considerou o analista.
Além da China, Espanha, Vietnã, Holanda e Taiwã foram os principais destinos para a soja mato-grossense nos últimos meses.
Precariedade
As más condições das estradas têm sido amplamente discutidas e a necessidade de medidas urgentes foram admitidas pelo governo. Recentemente, em visita a Cuiabá, por exemplo, o ministro dos Transportes, César Borges, esteve em Mato Grosso e anunciou investimentos de mais de R$ 1 bilhão nas rodovias do estado, que encontram-se esburacadas por conta do fluxo de veículos pesados e, muitas delas, ainda não foram duplicadas.
A expectativa ainda é a conclusão da Ferronorte, cujos trilhos já chegaram em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, e possível prologamento também a Cuiabá, bem como a licitação da Ferrovia Integração Centro-Oeste (Fico), que deve ocorrer até setembro deste ano.
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