MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Formol traz risco à saúde mesmo em pequena concentração, diz Anvisa


Operação Leite Compensado investiga fraude no leite no Rio Grande do Sul.
Nove pessoas foram presas desde quarta; transportadoras são suspeitas.

Do G1 RS

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (9), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alertou para os riscos do consumo de leite com presença de formol. O informe técnico foi publicado após a Operação Leite Compensado ser deflagrada no Rio Grande do Sul. Ministério da Agricultura e Ministério Público investigam a adição de água e ureia no leite por parte de transportadoras. Nove pessoas foram presas pela fraude desde quarta-feira (8), duas delas já liberadas após depoimento.
"Mesmo em pequenas concentrações, o formol representa um risco à saúde, pois a substância não possui uma dose segura de exposição", afirma Denise Resende, gerente-geral de Alimentos da Anvisa.
Segundo a agência, o formol ou formaldeído é toxico se ingerido, inalado ou se tiver contato com a pele e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) desde junho de 2004. Os tipos de câncer associados à substância são os de nasofaringe, nasossinusal e leucemia. O formol é encontrado na ureia usada pelos fraudadores.

Por outro lado, o informe técnico apontou que a ureia, em doses razoáveis, causa pouca ou nenhuma toxicidade para seres humanos. "A ureia não é considerada uma substância de preocupação para a saúde humana, mas é usada para mascarar a quantidade de proteína no leite", explica Denise.
Segundo o MP, cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. Nove pessoas foram presas - uma se apresentou à polícia nesta quinta-feira e duas já foram liberadas -, e três postos de refrigeração de leite foram interditados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O MP ainda interditou uma empresa de laticínios em Estrela, no Vale do Taquari.
De acordo com a investigação, os suspeitos compraram 98 toneladas de ureia, quantidade suficiente para adulterar 100 milhões de litros de leite em um ano.
Durante o cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão, foram recolhidos diversos caminhões utilizados no transporte do leite, cerca de 60 sacos de ureia, R$ 100 mil em dinheiro, uma régua com a fórmula utilizada para medir a mistura adicionada ao leite, revólveres e pistolas com respectivas munições, soda cáustica, corantes, coagulantes líquidos e emulsão para obtenção de consistência, entre outros produtos e documentos.
Marcas foram notificadas pelo Ministério da Justiça
A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon) notificou as empresas Italac, Mu-mu, Líder e Latvida para prestarem esclarecimentos sobre o envolvimento na operação. Elas terão prazo de 10 dias, a partir do recebimento da notificação, para apresentar a documentação técnica e laboratorial necessária ou o recall imediato dos produtos envolvidos, nos termos do Código de Defesa do Consumidor.
Multas de R$ 15 mil reais foram destinadas às empresas. "O consumidor realmente tem que cobrar dos órgãos de fiscalização para que as indústrias passem a fazer as análises de forma rotineira para prevenir a entregada de produtos nessas condições ao mercado", disse o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos Filho.
Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) tranquilizou a população e afirmou que todos os produtos disponíveis no mercado atualmente estão em "perfeitas condições de consumo". O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, divulgou uma nota técnica com orientações sobre a intoxicação por formaldeído, substância encontrada nos lotes não recomendados para consumo.
Segundo o CEVS, a intoxicação por formaldeído por ocorrer por inalação, ingestão e contato com pele e olhos. O órgão orienta quem apresentar os sintomas a procurar atendimento médico, contatar a Vigilância em Saúde do município onde mora ou ligar para o Disque-Vigilância do CEVS pelo telefone 150, e manter o produto na embalagem original na geladeira. Quem tiver embalagens fechadas dos produtos dos lotes não recomendados para consumo deve guarda-los e comunicar Ministério Público pelo e-mail consumidor@mp.rs.gov.br.

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