MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Índice de mortes por acidentes de carro no Brasil é 4 vezes o dos EUA


Especialistas apontam fragilidade de veículos brasileiros como motivo.
Frota americana de veículos é cinco vezes maior que a brasileira.

Da AP

Colisão entre carro e caminhão deixou um ferido na estrada que liga São Carlos ao Broa (Foto: Maurício Duch/G1)Taxa de mortes por acidentes de carros no Brasil é
quatro vezes maior que a dos EUA
  (Foto: Maurício Duch/G1)
Um levantamento de dados feito pela agência de notícias AP aponta que os acidentes de carros no Brasil geram taxa de mortes quatro vezes maior que nos Estados Unidos. De acordo com dados do Ministério da Saúde de 2010, 9.059 pessoas morreram em acidentes deste tipo no Brasil, enquanto no mesmo ano os Estados Unidos registraram 12.435 mortes por batidas de carro. No entanto, a frota de automóveis americana é cinco vezes maior que a brasileira.
De acordo com especialistas, os motivos para os altos índices brasileiros são os carros brasileiros mais frágeis do que os vendidos em outros países, além das más condições das vias. "Os carros de entrada no Brasil são extremamente perigosos, isso não pode ser negado. A taxa de mortes em acidentes é muito alta", diz Maria Inês Dolci, da Proteste Associação de Consumidores. Em 2010, a associação já havia apontado falhas de segurança nos carros brasileiros.
"Os fabricantes fazem isso porque os carros se tornam mais baratos de fazer e as exigências dos consumidores brasileiros são menores; seu conhecimento dos problemas de segurança são menores do que na Europa e nos Estados Unidos", acrescenta Dolci. Segundo a consultoria IHS Automotive, as fabricantes tem 10% de lucro sobre carros fabricados no Brasil, enquanto nos Estados Unidos este número é de 3% e a média global de 5%.
Em 2014, o Brasil passa a exigir a utilização de airbags frontais e sistema de freios ABS a todos os carros novos. No entanto, segundo a AP, as autoridades brasileiras ainda não possuem laboratórios para realizar testes de colisão e verificar a eficácia de proteção dos veículos. Assim, as pesquisas referentes aos carros do país ficam a cargo da Latin NCAP, braço para a América Latina da organização europeia que promove testes independentes de segurança com carros ao redor do mundo.
Segundo a AP, com base em informações obtidas com engenheiros e especialistas dentro da indústria, estas fragilidades dos carros brasileiros são ocasionadas por soldas fracas na estrutura, dispositivos de segurança escassos e materiais de qualidade inferior, em comparação com modelos similares fabricados para os EUA e Europa.

Carros brasileiros mais frágeis
Testes de veículos vendidos no Brasil realizados recentemente pela Latin NCAP mostram notas baixas para a segurança. Além disso, as colisões mostraram diferenças entre os mesmos modelos em outros países. O Nissan March vendido na América Latina, produzido no México, recebeu classificação de duas estrelas, contra quatro estrelas de sua versão europeia chamado de Micra.

 Em um comunicado enviado por email, a Nissan disse que o March vendido no Brasil é "praticamente o mesmo modelo" oferecido na Europa. "A diferença entre os resultados obtidos na Europa e na América Latina é devido às variações nos testes NCAP aplicadas em diferentes partes do mundo", afirma a empresa
De acordo com Alejandro Furas, diretor técnico para os programas globais de testes de colisão NCAP, isso não é verdade. "Nós realizamos o teste de colisão frontal exatamente da mesma forma como o Euro NCAP", disse ele. "March e Micra foram testados no mesmo laboratório, com o mesmo tipo de bonecos de teste, nas mesmas condições, com as mesmas pessoas que executam o laboratório", acrescenta.
No entanto, os testes do Euro NCAP são mais completos. Incluem impacto lateral e outros exames, enquanto a versão latino-americana registra apenas impatos fronatis. Cada tipo de teste de impacto é marcado individualmente, em uma escala de 16 pontos.
 A March vendido no Brasil obteve uma classificação de 7,62 no seu teste de impacto frontal, enquanto o Micra se saiu muito melhor, com 12,7 pontos. Algo semelhante ocorreu com a Renault. O Sandero produzido no Brasil marcou uma estrela no teste Latin NCAP, mas o modelo vendido na Europa, fabricado pela subsidiária romena Dacia, alcançou três estrelas.
Renault disse que o registro de segurança do Sandero e os outros carros estavam em pé de igualdade com os carros da mesma classe no Brasil. Em 2008, o Ford Ka da época vendido no Brasil obteve uma estrela, ao passo que o modelo Europeu alcançou 5. A empresa reconheceu a utilização de plataforma ultrapassada na versão brasileira e que o Ka europeu era muito diferente, não podendo ser comparado.
A empresa disse que pretende ter todos os seus carros produzidos no Brasil construído sobre plataformas globais atualizadas até 2015.
 Veículos de entrada
Modelos mais baratos de Volkswagen, General Motors e Fiat também foram analisados, recebendo classificação de uma estrela. Isto significa que os carros oferecem pouco proteção para a cabeça dos usuários, comparados a veículos que receberam 4 ou 5 estrelas, que é o requesito mínimo para muitos europeus executarem suas compras.

A Fiat disse em um comunicado enviado por email que "em geral, os projetos brasileiros recebem mais reforços" para fortalecê-los contra "estradas mais duras e terreno." No entanto, os testes NCAP no Novo Uno, tinha uma estrutura corporal instável e marcou apenas uma estrela.
 Já a Volkswagen declarou que se esforça para manter um padrão global nos modelos, colocando o mesmo número de soldas nos mesmos modelos, independentemente de onde eles são produzidos, e com aço de alta resistência nos carros brasileiros.
A empresa acrescentou que, desde 1998, é dado aos consumidores brasileiros a opção de comprar um carro com airbags - o Gol com dois air bags frontais marcou 3 estrelas, enquanto o mesmo modelo sem air bags marcou uma estrela.
Outro a receber apenas uma estrela foi o Celta, veículo da Chevrolet vendido somente América latina. A General Motors apenas comentou que seus carros no Brasil são legais.

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