MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 4 de maio de 2013

Índios alojados na Casai consomem bebida alcoólica em Boa Vista


Denúncia foi feita ao G1 e confirmada pelos próprios indígenas.
Casai disse que entrada de bebida é proibida, mas confirmou consumo.

Bruno Perez Do G1 RR

A Casai fica no Monte Cristo, zona rural de Boa Vista (Foto: Bruno Perez/G1 RR)A Casai fica no Monte Cristo, zona rural de Boa Vista
(Foto: Bruno Perez/G1 RR)
O consumo de bebida alcoólica por indígenas que estão alojados na Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai), em Boa Vista, pode ter sido o motivo da morte de um Yanomami de 28 anos esta semana, segundo denúncia feita ao G1.
Os relatos apontam entrada de garrafas de cachaça e latas de cerveja em áreas de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Um índio disse que a briga que ocasionou a morte do Yanomami foi motivada pela bebida que entrou escondida pelo mato. Ele informou que a cachaça normalmente é comprada com o dinheiro adquirido por meio de trabalhos extras no próprio local.
"A morte aconteceu por ciúmes de uma mulher. Por isso brigaram. Eles compram na cidade [Boa Vista] e entram escondido pelo mato", confirmou.
Segundo uma testemunha que visita a área diariamente, o consumo é comprovado e de conhecimento de todos que trabalham e se hospedam na Casai. "Motoristas de taxi-lotação cobram um dinheiro a mais e deixam a bebida. Indígenas também compram num bar, à beira da BR-174", relatou o auxiliar de serviços gerais que não quis se identificar.
Outro indígena, de 17 anos, afirma que os Yanomami consomem bebida sem o conhecimento da administração da Casai. O jovem Yekuana disse que sua etnia não faz uso de álcool. "Eles [Yanomami] não pensam direito, por isso bebem", disse o índio.
Garrfas de cachaça podem ser vistas pela mata, ao lado da Casai (Foto: Laudinei Sampaio - TV Roraima)Garrafas de cachaça podem ser vistas pela mata, ao lado da Casai (Foto: Laudinei Sampaio - TV Roraima)
Casai
O chefe da Casai, Gildásio Moura, disse que dentro da instituição é proibida a entrada e o consumo de bebida alcoólica. Ele confirmou o problema do lado de fora e informou que isso é de conhecimento da Funai.
Moura disse ainda que normalmente a ocupação na Casai girava em torno de 300 indígenas, entre pacientes e acompanhantes, mas que ultimamente 450 pessoas estão hospedadas no local. De acordo com ele, a população indígena e demanda têm aumentado bastante.
"Muitos gostam, mas se fazem uso dentro da Casai eu desconheço. Quando eles voltam embriagados, os guardas internos e a Fundação Nacional do Índio são avisados. Mas achar a Funai é complicado", revelou.
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Latas de cerveja encontradas próximo da Casa de Apoio (Foto: Bruno Perez/G1 RR)Ao fundo a Casa de Apoio à Saúde do Índio, onde as
latas e garrafas vazias são jogadas
(Foto: Bruno Perez/G1 RR)
Sindicato dos Taxistas
O presidente do Sindicato dos Taxistas, Jurandir Pereira de Lucena, disse que desconhece esta prática por parte dos motoristas. Ele disse que não tem como controlar a bagagem do passageiro, mas que denúncias podem ser feitas à própria polícia.
"Pode até ter alguém que faça o transporte de bebida. Mas se o taxista levar, ele praticamente perde a concessão", afirmou.
Funai
Procurado pela reportagem do G1, o coordenador regional da Funai em Roraima, André Vasconcelos, não foi encontrado para comentar situação dos índios.

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