Cofundadora acusa Sara Winter de fazer ‘coisas desonestas’.
Brasileira nega acusação e aponta postura 'ditatorial' de ucranianas.
Alexandra Shevchenko, ativista e cofundadora do Femen, e Sara Winter (Fotos: Femen/Divulgação e Nathalia Duarte/G1)
A matriz da organização feminista Femen,
na Ucrânia, rompeu com a líder do braço brasileiro do grupo, Sara
Winter, e a acusa de mentir e fazer “coisas desonestas”, como não
realizar uma ação para a qual recebeu dinheiro da Europa. O grupo é
famoso por promover ações em diversos países, sempre com mulheres
seminuas.A representante do Femen Brazil, Sara Winter, de 20 anos, rebate as acusações. Ela afirma que a liderança da organização na Ucrânia assumiu uma postura “ditatorial” com as brasileiras, com pedidos inusitados e desrespeitosos à cultura do país, e nega o uso irregular de verbas enviadas da matriz e destinadas aos protestos.
Em entrevista ao G1, de Kiev, a ativista e cofundadora do Femen, Alexandra Shevchenko, disse neste sábado (18) que Sara foi excluída da organização porque “não respeitava a ideologia” do grupo. “Ela não foi capaz de fazer o que era necessário. Ela não estava pronta para ser parte do Femen”, disse a ativista.
Alexandra afirma que o Femen mandou dinheiro para Sara e que uma parte era para seu uso pessoal, pois relatou às fundadoras na Ucrânia que vivia um momento de dificuldade financeira, enquanto outra parte era para realizar uma ação do grupo, que nunca aconteceu.
A cofundadora da organização disse ainda que Sara se recusou a explicar o que foi feito do dinheiro, e também não se prontificou a devolvê-lo. A ucraniana se recusou a dizer qual seria o valor enviado ao Brasil.
Sobre as acusações, Sara afirma ter todas notas e comprovantes dos gastos do Femen Brazil e que a liderança ucraniana tem conhecimento de como o dinheiro foi utilizado.
'Ficaram brutais'
Sara disse também que, depois deste fato, o comportamento da liderança do Femen com as ativistas no Brasil mudou. “Ficaram brutais”, explica. “Temos tido algumas desavenças há algum tempo, muitas vezes, elas queriam nos dar ordens que não eram legais”, complementa.
A ativista conta que a relação da filial brasileira com a matriz foi agravada pelo fato de orientações vindas de Kiev não terem sido cumpridas, como a pichação do símbolo do Femen no Cristo Redentor.
“Para fazer isso, queriam que alugássemos um helicóptero. Se eu fosse o Eike Batista, eu faria, contrataria alguém com licença para pilotar o helicóptero e fazer talvez o maior vandalismo da história. Mas é impossível fazer isso. Elas têm algumas ideias que não condizem com a realidade do Brasil”, complementa Sara, referindo-se ao empresário brasileiro, considerado um dos mais ricos do mundo.
Reestruturação
Ainda de acordo com Alexandra, Sara não é mais parte da organização e o braço brasileiro “agora é um grupo de mulheres à espera de que alguém do Femen original venha para ajudar” a reestruturá-lo.
Alexandra Shevchenko afirma que Sara é livre para fazer o que quiser, mas não pode, em nenhuma hipótese, seguir usando o nome Femen, que pertence à organização ucraniana. Ela disse que na próxima semana o grupo deve publicar um comunicado detalhando a exclusão da brasileira.
Já Sara não se considera fora do Femen. “As outras meninas e eu conversamos se vamos continuar com a marca. Não vamos parar com o ativismo, e as outras meninas concordaram que não vão continuar sem mim. Somos mulheres livres, não queremos ser controladas por ninguém”, complementa.
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