Médico do exterior que atuar em área carente não precisará fazer avaliação.
Profissionais e estudantes realizaram ato público na orla de Ponta Verde.
Em contrapartida, esses estrangeiros só poderão atuar nas áreas carentes determinadas pelo governo, em periferias e no interior. O período de atuação não deve passar de três anos. Depois disso, se quiserem continuar trabalhando no Brasil, esses profissionais terão de fazer o exame.
Médicos e estudantes perticipam de ato público contra o Revalida (Foto: Michelle Farias/G1)
Segundo o médico Luiz Gustavo Omena, o Brasil não possui estrutura para
que os médicos possam trabalhar. “Os médicos que trabalham no interior
ficam reféns da política do município onde atua. Muitos não possuem
carteira assinada e nem qualquer tipo de vínculo com o município. Essa
realidade tem que mudar”, afirma.Os médicos reclamam ainda de uma tentativa frustrada do governo federal em implantar o Programa de Valorização do Profissional em Atenção Básica (PROVAB), que, na prática, servia para estimular a formação do médico para a real necessidade da população brasileira e levar esse profissional para localidades com maior carência.
“Foi uma tentativa frustrada porque, dos 14 mil inscritos, apenas 4 mil aderiram ao programa. O número foi insuficiente e, por isso, resolveram importar os médicos”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Wellington Galvão.
Médicos e estudantes perticipam de ato público contra o Revalida (Foto: Michelle Farias/G1)
Ainda segundo Galvão, os profissionais de outros países, a exemplo de
Cuba, não são qualificados. “A medicina de Cuba é totalmente diferente
da nossa. Esses médicos não conhecem a realidade brasileira, nem as
doenças. O Brasil só investe 4% do PIB em Saúde e deveria investir pelo
menos 10%. É muito difícil trabalhar sem estrutura e valorização”,
reforça o presidente do Sinmed.Os estudantes de medicina também participaram do evento. Barbara Vasconcelos está no último ano do curso e espera que o governo repense a medida. “Depois que comecei a estagiar, vi que falta estrutura. Não sei se até eu me formar o governo vai cuidar do médico”, diz.
Revalida
O Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida) é um exame nacional que reconhece diplomas estrangeiros de medicina dividido em duas fases. A 1ª é formada por questões de múltipla escolha e discursivas, já a 2° fase testa habilidades clínicas dentro das áreas do exercício médico: clínica médica, cirurgia, ginecologia-obstetrícia, pediatria, medicina da família e comunidade e saúde coletiva. Ambas são eliminatórias.
Após a validação do diploma, o médico terá de se registrar no Estado onde pretende trabalhar e adquirir o registro profissional para poder atuar.
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