MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 14 de maio de 2013

Não existe político irretocável, diz Lula


Na avaliação do ex-presidentes, há setores que tentam promover negação da política como forma de prejudicar o PT


Fernando Gallo - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na noite desta segunda-feira, 13, durante um debate sobre os dez anos de governos petistas, que não existe político "irretocável do ponto de vista do comportamento moral e ético". Lula disse que a imprensa nacional tenta vender a imagem de que existem políticos ideais, que, segundo ele, não existem. Na avaliação de Lula, há setores que tentam promover a negação da política como forma de prejudicar o PT. Segundo ele, isso ocorreu na eleição da presidente Dilma Rousseff e também na eleição municipal de São Paulo em 2012. O ex-presidente fez um apelo aos mais jovens para que não desistam da política.
Lula participou de um debate realizado em São Paulo sobre os 10 anos de governo do PT - Filipe Araújo/AE
Filipe Araújo/AE
Lula participou de um debate realizado em São Paulo sobre os 10 anos de governo do PT
"Quando vocês não acreditarem em mais ninguém, no Lula, no (Fernando) Haddad, na Dilma, em ninguém, nem no Paulo Maluf... ainda assim, pelo amor de Deus, não desistam da política", afirmou o ex-presidente à plateia presente no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista. "O político ideal que vocês desejam, aquele cara sabido, aquele cara probo, irretocável do ponto de vista do comportamento ético e moral, aquele político que a imprensa vende que existe, mas que não existe, quem sabe esteja dentro de vocês".
Embora tenha ironizado Maluf, na eleição de 2012 Lula patrocinou a aliança do então candidato Fernando Haddad com o deputado federal do PP.
O ex-presidente fez diversas críticas à imprensa brasileira e sustentou que "um jornal" está tentando transformá-lo em lobista. Em março, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou ações de Lula, em governos, em prol de empresas que o contrataram para palestras.
"Tem um jornal que está tentando me transformar num lobista. É fantástico. Não sou lobista, não sou conferencista, não sou consultor. Sou um divulgador das coisas que fiz neste governo", declarou ele sem citar o nome do veículo.
Desde que deixou a presidência, Lula se mantém com palestras pagas por grandes conglomerados econômicos. Segundo empresários, o ex-presidente cobra em torno de R$ 200 mil para proferir uma palestra. O ex-presidente nunca confirmou os valores, que já foram pagos por empresas como LG, Tetra Pak, Microsoft, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.
"As pessoas talvez fiquem preocupadas porque cobro caro e não falo quanto cobro. Mas se as pessoas pagam para ouvir um governante fracassado, tem que pagar bem. Se quiserem saber quanto eu cobro, me contratem!"
Ao criticar um suposto pessimismo da imprensa, Lula afirmou que "se um investidor estrangeiro chegar de Londres no Brasil e ler o Estadão, O Globo, a Veja, a Época, ele vai embora correndo!". "Parece que o País acabou!", exclamou.
O petista disse que se pergunta "como é um grande editor de um jornal desse País, daqueles que sabem tudo, aquele cara porreta, como é que ele compreende a geração de 22 milhões de empregos nos anos que tem mais desemprego no mundo".
Lula também afirmou que fará "campanha 24 horas na rua" pela reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014.

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