MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Pacientes de transplantes renais reclamam da falta de remédio em RR


Medicamento tem como função evitar a rejeição do órgão implantado.
Sesau afirma que aguarda entrega de remédio pela empresa responsável.

Marcelo Marques Do G1 RR

Segundo  denúncia, medicamento está em falta há cinco meses (Foto: Marcelo Marques/ G1 RR)Segundo denúncia, medicamento está em
falta há cinco meses (Foto: Marcelo Marques/ G1 RR)
Pacientes que fizeram transplantes de rim e necessitam do remédio ciclosporina, que é de responsabilidade do Estado fornecer, reclamam da falta do medicamento, em Boa Vista.
Segundo eles, há cinco meses estão sem a substância que evita a rejeição do órgão implantado e mantém a saúde estável. Para não ficarem sem o remédio, os usuários estavam recorrendo ao Hospital do Rim e Hipertensão em São Paulo.
De acordo com Suamithes Rodrigues Silvino, o seu esposo fez o transplante há dez anos e o estado vinha fornecendo a ciclosporina, normalmente, mas parou. Ela afirma que, desde dezembro passado, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) não está garantindo o remédio.
"Essa medicação é muito importante. Ela garante a sobrevivência da pessoa que fez o transplante. Quando meu marido fica sem o remédio ficamos apreensivos, porque só o Estado oferece, além de ser de alto custo, não encontramos em farmácias", diz Suamithes.
Ela disse ainda que procurou a Divisão de Abastecimento e Distribuição de Medicamentos (Dadmed) ligada à Sesau e foi informada que o medicamento está em fase de licitação. "Os pacientes renais não podem esperar muito tempo. É a saúde das pessoas que está em risco. São cinco meses de espera. Acho que estão esperando alguém morrer para tomarem providências", desabafa.
Enquanto aguarda o Estado fornecer o medicamento, Suamithes revelou que, até então, estava recorrendo ao Hospital do Rim e Hipertensão, em São Paulo, para assegurar a vida do marido.
"Tive que apelar para os Procedimentos de Alta Complexidade/Custo (Apac) e garantir com o Hospital do Rim a medicação, até o Estado voltar a oferecer. Mas órgão de saúde não está mais liberando porque entende que é obrigação da Sesau liberar o remédio. Além disso, os medicamentos distribuídos, pelo Hospital, são poucos".
Suamithes disse que conseguiu, há um mês, 30 compridos para seu esposo, doados pela amiga Zenaide Pinheiro dos Santos, de 49 anos, que também fez o transplante de rim. "Infelizmente já está acabando e não sei mais o que fazer", lamenta acrescentando que o único remédio ainda que pode ser encontrado, na Dadmed, é o prograf.
"Essa substância são para pacientes que fizeram transplante de rim há cinco anos. No caso do meu marido, o prograf não será eficiente. Organismo dele rejeita", esclarece.
Outra história
Zenaide fez o transplante de rim há sete anos e a sua situação não é diferente. Ela relata que  implorava para que o Hospital do Rim desse o remédio, por meio da Apac. Dessa forma, assegurava a medicação. Conforme enfatizou, há cinco meses a Sesau não oferta o medicamento. Por isso, está sofrendo com a consequência.
"Estou desesperada, porque o Hospital de São Paulo está controlando a ciclosporina. O medicamento era retirado da cota dos pacientes de lá. O remédio também era distribuído para outros estados o que minimiza a oferta. Já fui ao Ministério Público Estadual (MP/RR) reclamar, mas até agora, não obtive respostas. Estamos desassistidos", afirma.
Ela disse que viaja para São Paulo para fazer exames, na ocasião solicitava o medicamento. "Não tenho mais onde recorrer. A Justiça tem de tomar providências. Não podemos ficar sem o remédio. Queremos garantir a nossa vida. O Hospital de São Paulo não tem mais como ajudar os pacientes renais do nosso Estado", diz Zenaide.
MP/RR responde
De acordo com a nota envida pela assessoria do MP/RR, por intermédio da Promotoria de Defesa da Saúde (Prosaúde), em virtude das denúncias apresentadas por pacientes, o Ministério Público Estadual ingressou com Ação Civil Pública contra o Estado de Roraima, para que este fosse obrigado a fornecer os medicamentos Azatioprina e Ciclosporina a todos os pacientes cadastrados no Departamento Estadual de Assistência Farmacêutica, conforme prescrição médica e enquanto for necessário.
A Justiça acatou o pedido do Ministério Público que está iniciando ação de execução para que a sentença seja cumprida.
Sesau
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que, em relação à denúncia da falta de medicamento ciclosporina, a Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica (CGAF) informa que aguarda a entrega por parte da empresa vencedora da licitação. O remédio em questão faz parte do componente de alto custo do setor.
Ainda segundo a nota, o remédio prograf está disponível na CGAF, para pacientes cadastrados e com o receituário atualizado.

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