MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Passageiros de voo são presos com R$ 465 mil na cueca em Brasília

Jailton de Carvalho 
Evandro Éboli   /  G1
BRASÍLIA — A Polícia Federal flagrou nesta quinta-feira de manhã dois homens tentando embarcar num voo de Brasília para o Rio de Janeiro com R$ 465 mil em espécie escondidos em meias, cuecas e outras peças de roupa. Um dos homens, que se identificou como Michel, disse ao GLOBO que portava R$ 229 mil. O economista e empresário Eduardo Lemos, dono da Fides Advisor Consultoria Financeira, se apresentou como dono do dinheiro. A polícia abriu inquérito para investigar a origem dos recursos.
Em 2005, um funcionário do deputado José Guimarães, atual líder do PT na Câmara, foi preso com dólares na cueca no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pouco antes de embarcar para Fortaleza, num caso que ficou conhecido em todo o país. Guimarães, irmão do deputado José Genoino, réu do mensalão, chegou a ser processado por improbidade administrativa, mas foi inocentado em 2012 pelo Superior Tribunal de Justiça.
No caso de hoje, porém, o empresário diz que o dinheiro não é de contratos com órgãos públicos e que seria enviado ao Rio de Janeiro para ser usado na compra de um apartamento para a mãe e no pagamento de uma dívida de R$ 50 mil.
— Eu não tenho contrato com o serviço público, não tenho ligação com político. Esse dinheiro é meu e eu quero meu dinheiro de volta — disse Lemos, pouco antes de ser chamado para depor.
Os dois homens flagrados com o dinheiro no corpo, seriam funcionários de uma empresa de factoring da mãe de Lemos. A transação seria feita em espécie a pedido do vendedor do imóvel. O empresário considerou normal a exigência, mas deixou escapar que o negócio poderia resultar em sonegação de impostos
— Nem todo mundo declara o verdadeiro valor de um negócio que faz — disse.
O empresário disse que não viu nada demais em mandar dois homens levar dinheiro camuflado no corpo numa viagem. Ele argumentou que transportar dinheiro não é crime e a camuflagem seria a forma mais segura de movimentar os recursos sem chamar a atenção de ladrões. Disse que não mandou os dois homens botarem o dinheiro em malas porque as bagagens poderiam ser extraviadas. Alegou ainda que a empresa dele fatura R$ 15 milhões por ano e que a quantia não é tão grande assim.
— Muito para quem? Não para mim. O meu relógio custa R$ 200 mil. Eu vim para cá (para o prédio da polícia) num Porsche — disse Lemos.
Depois de interrogados, os dois funcionários foram liberados.

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