MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Após reação alérgica a remédios, jovem de MS tatua alerta no braço


Lista das substâncias que jovem não pode tomar tem cinco itens.
Alerta chamou atenção de outros alérgicos, que querem fazer o desenho.

Do G1 MS

Após reação alérgica a remédios, jovem de MS tatua alerta no braço (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)Jovem exibe em tatuagem substâncias 'proibidas' para medicação. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Alérgica a algumas substâncias presentes em medicamentos, a estudante Lauanne Araújo, 23 anos, resolveu tatuar no braço esquerdo um alerta com os componentes que podem causar reações adversas. Ela diz que carrega na bolsa uma lista com esses produtos, mas a medida foi tomada para o caso de estar inconsciente, visto que já teve problemas com remédios errados.
De acordo com a jovem, a ideia surgiu depois que um médico recomendou uso de algum informativo sobre os componentes que poderiam trazer problemas a ela. “Fiquei pensando onde eu poderia colocar a lista e encontrei uma menina, na internet, que tinha tatuado que era diabética. Achei sensacional”, diz.

Uma cruz vermelha seguida dos dizeres “Alérgica, não use” indica a lista com as substâncias que podem ser nocivas: dipirona sódica, ainh, ácido acetilsalicílico, pirazolona e melubrina. Depois de decidir o desenho, foi o momento de escolher o local a ser tatuado, o que segundo a estudante, que já tinha outras cinco impressões no corpo, não foi por acaso.

“Eu pensei em vários lugares, pensei em fazer na costela, mas não é visível. O braço é o primeiro lugar que eles pegam para aplicar a medicação”, explicou.

Lauanne disse que as pessoas tiveram reações diferentes ao saber da decisão. “Alguns amigos próximos, que já me viram tendo reação alérgica, acharam sensacional, mas ficaram com receio de ficar feio. Algumas pessoas acharam ridículo, mas com o resultado falaram que é diferente, adoraram”, explicou.
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Após reação alérgica a remédios, jovem de MS tatua alerta no braço (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS) Ideia de tatuagem surgiu após susto aos 16 anos,
diz estudante. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Risco
A jovem conta que descobriu aos poucos as alergias. “A dipirona eu descobri na escola, quando uma professora me deu a medicação para dor de cabeça e eu fui parar no hospital”, explica. Outro episódio semelhante, porém mais grave, aconteceu durante a adolescência, com um remédio para cólicas.

“Tomei e [a reação] foi instantânea. Comecei a ficar vermelha, com falta de ar, as mãos e os pés começaram a ficar pretos, cheguei ao hospital sem enxergar quase nada. Tive princípio de parada cardiorrespiratória”, afirma.

Depois dessa situação, a estudante procurou um médico alergista para saber o que poderia ou não tomar. “Foi bem complicado e o que me deixou mais assustada. [O Médico] Deu o alerta de que [o problema] é uma coisa séria”, disse.

Lauanne diz que postou nas redes sociais fotos da tatuagem. Além da repercussão com os comentários de internautas, ela conheceu outras pessoas que passam pelo mesmo problema. “Fui descobrir agora que muitas pessoas têm alergia e muita gente me falou que a ideia era legal e que poderiam fazer também”, conta.
Após reação alérgica a remédios, jovem de MS tatua alerta no braço (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)Após reação alérgica a remédios, jovem de MS tatua alerta no braço (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Orientações
A professora doutora de farmacologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Mônica Cristina Toffoli Kadri, explicou ao G1 que os cinco itens tatuados pela jovem são, basicamente, para uso analgésico ou anti-inflamatório. Segundo a pesquisadora, anti-inflamatório não hormonal (AINH) é uma classe terapêutica, que tem como derivados ácido acetilsalicílico e pirazolona (classes químicas); dipirona sódica e melubrina derivam da pirazolona.

Dipirona sódica – que está contida em medicamentos como Novalgina, Anador e Dorflex – é utilizada como analgésico para combater a dor provocada por alguma inflamação. O ácido acetilsalicílico – encontrado em Aspirina ou AAS – também é analgésico até 500 mg; acima de 1 g, torna-se um anti-inflamatório.

Mônica alertou para as reações que uma pessoa alérgica pode ter caso tome um medicamento inadequado. Segundo ela, essa pessoa pode ficar toda pipocada ou ter os brônquios e garganta fechados, o que comprometeria a respiração. As reações podem ser piores em quem tem asma ou bronquite e podem provocar até a morte, dependendo do caso.

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