MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 29 de setembro de 2013

Economia Criativa oferece boas oportunidades

Joana Oliveira
A TARDE
  • Mila Cordeiro | Ag. A TARDE
    Jussara Alagia aposta em nova coleção de moda praia
Um dos mantras do empreendedorismo diz que "a criatividade é a alma de qualquer negócio". E é em áreas como música, artes cênicas, turismo, artesanato, gastronomia e outras que fazem parte da economia criativa que esse mantra mais condiz com a realidade. Nos últimos anos, tais empreendimentos passaram a corresponder também às áreas de arquitetura, publicidade, jogos eletrônicos e negócios  digitais.
Um mapeamento realizado pelo Sebrae-Bahia, por meio de oficinas criativas em Salvador,  Juazeiro, Jacobina, Barreiras, Lençóis, Santo Antônio de Jesus,  Conquista, Ilhéus, Porto Seguro e Feira de Santana, mostrou que, apesar de o estado ter forte tradição no turismo, outros segmentos despontam como mais promissores nesse cenário: música, audiovisual, moda e economia digital.
Os resultados das oficinas, ministradas pela economista e doutora em urbanismo Ana Carla Fonseca, foram compilados no livro   Economia Criativa e Cidades Criativas, organizado por ela, e mostraram também  o potencial da economia criativa para desenvolver cidades.
"As pessoas saem do interior porque não têm do que viver, então é importante que  valorizem a riqueza do contexto em que estão e que possam desenvolver produtos e serviços que paguem suas contas, a partir da visão do que há de interessante, singular em suas cidades", afirma Ana Carla.
Os últimos dados sobre esse potencial econômico são da  Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e mostram que os 243 mil empreendimentos criativos no Brasil movimentaram R$ 110 bilhões em 2011. De acordo com a  Secretaria de Cultura da Bahia (Secult), números do mercado local serão divulgados no final do ano, após a compilação de estudos feitos por 17 instituições. 
Capacitação e qualidade
Apesar da escassez de informações sobre essa economia no estado, a diretora de fomento à economia criativa da Secult, Carmen Lúcia, afirma que já é possível sinalizar importantes avanços no empreendedorismo criativo baiano. "Hoje temos mais capacitação para os empreendedores desse setor, com instituições que oferecem consultoria de acesso ao mercado, por exemplo".
E se para ter excelência nesse mercado é preciso desenvolver produtos e serviços que tenham qualidade com um diferencial, o segredo do sucesso é enfatizar neles aspectos locais. "É importante trazer a identidade baiana à frente do produto", diz a coordenadora da Unidade de Economia Criativa do Sebrae-Bahia, Luciana Santana.
Foi nesse diferencial que a artesã e hoje estilista Jussara Alagia apostou para trocar a profissão de administradora pela de costureira. Com um ateliê próprio, ela se prepara para lançar na Feira do Empreendedor 2013 sua primeira coleção como estilista, peças de moda praia com apliques de retalhos coloridos inspirados nos peixes brasileiros. "A coleção só começará a ser vendida depois do desfile, mas já posso dizer que a troca de vida valeu a pena", conta.
Apesar de mais espaços como feiras para expor seus produtos, empreendedores criativos da Bahia ainda enfrentam dificuldades para expor e escoar suas produções para outros mercados. Segundo Ana Carla Fonseca, a internet pode ser uma aliada para driblar esse problema. "Um bom gerenciamento de mídias sociais permite chegar a pessoas-chave no mercado consumidor".
Sabedor disso, o cantor e compositor soteropolitano Thiago David, que há oito anos toca na vida noturna da cidade e já se apresentou em ruas da França, Holanda e Espanha, prepara-se para lançar online um produto musical multimídia que agrega poemas, fotos e canções que  criou enquanto percorria o caminho de Santiago de Compostela. "A ideia é que, ao fazer o download, o público compartilhe algumas das sensações  que tive na viagem", conta.

Supere obstáculos

Financiamento - Trabalhar com criatividade é trabalhar com ideias, que não oferecem muitas garantias na hora de conseguir um financiamento em instituições financeiras. Uma alternativa para o setor são as linhas de microcrédito, que podem ser obtidas até mesmo por pessoas físicas
Escoamento - As alternativas são manter pontos de venda presencial ou venda direta, sejam individuais ou em cooperativas, ou apostar na internet para exposição e comercialização dos produtos
*Fonte:  Ana Carla Fonseca

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