Zoo expropriado de suspeitos de tráfico abre ao público em Honduras

Governo confiscou parque com 300 animais.
Hábito de colecionar espécies exóticas é comum entre narcotraficantes.

Da AFP

Visitantes observam girafa no zoológico Joya Grande, em Honduras (Foto: Orlando Sierra/AFP)

Uma girafa de 5 metros de altura é a estrela do zoológico Joya Grande, um impressionante ecoparque com 58 espécies animais no norte de Honduras, a cerca de 200 km da capital.

Leão é um dos animais do zoo
(Foto: Orlando Sierra/AFP)

O parque foi aberto ao público no mês passado, após ser confiscado pelo governo de empresários acusados de narcotráfico.
O zoológico, fundado há três anos, ocupa cerca de 200 hectares de um terreno marcado por numerosas colinas perto da localidade de Santa Cruz de Yojoa.
Big Boy, a imponente girafa de sete anos de idade, que já foi atração de circo, compete em atrativo com Frank, uma anta que é a mascote do zoológico por ter sido o primeiro dos 300 exemplares que compõem a coleção.
Zebras, hipopótamos, avestruzes, suricatos, lhamas, cangurus, camelos, leões africanos, tigres siberianos, búfalos e muitas outras espécies exóticas alegram as crianças e os adultos que chegam todos os dias de vários pontos do país para visitar o lugar.
Pablo Escobar

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Hipopótamo é um dos animais do zoo (Foto: Orlando Sierra/AFP)

O caso evoca a manIa de vários chefes do tráfico de drogas latino-americanos (como o lendário Pablo Escobar, na Colombia) de colecionar animais exóticos em suas mansões e fazendas de descanso. O hábito é tão difundido no México que os zoológicos do país se declararon recentemente "sobrecarregados" com a quantidade de animais expropiados de narcotraficantes.
Joya Grande foi confiscado no dia 19 de setembro do grupo empresarial hondurenho "Los Cachiros", vinculado a crimes relativos ao tráfico de drogas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Camelos no zoo (Foto: Orlando Sierra/AFP)

O zoológico é parte de um total de 61 bens imóveis expropriados pelo governo da organização, junto com fundos de 64 contas bancárias, oito sociedades mercantis, 24 veículos e quatro estabelecimentos comerciais, avaliados em cerca de US$ 72,5 milhões.
O governo pediu aos administradores do zoológico que continuem cuidando dos animais, e o local foi aberto aos turistas.
Os serviços do ecoparque incluem um passeio pelo bosque em uma plataforma de madeira de 1,3 km, tirolesa e hospedagem em cabanas rústicas. O complexo tem ainda um parque aquático, áreas de jogos e um refeitório para 300 pessoas.
Os ingressos, que custam US$ 20 por pessoa, permitem financiar os gastos de operação, que chegam US$ 59 mil (cerca de R$ 128 mil).