Crescimento da criminalidade assusta produtores rurais em Goiás

Em um ano, número de furtos e roubos em fazendas cresceu 10%, diz SSP.
Violência traumatiza e muda rotina dos moradores de Souzânia.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera

O crescimento da criminalidade ultrapassa as fronteiras das grandes cidades e leva medo aos moradores de zonas rural em Goiás. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) apontam que entre janeiro e outubro deste ano foram registrados cerca de dois mil furtos e roubos em fazendas no estado, um crescimento de quase 10% em relação ao mesmo período no ano passado.
Os índices mudaram a rotina dos moradores, que estavam acostumados a levar uma vida tranquila e sem preocupações com a violência. “Tem que estar sempre atento e quando chega alguém primeiro a gente observa, não vai atendendo assim de imediato. A gente espera a pessoa chamar”, relata a aposentada Ana Maria Mendonça.
O lavrador Odilon José Resende, de Souzânia, no centro do estado, é uma das vítimas que se enquadram nessa estatística. Ele passou horas refém de criminosos que o agrediram fisicamente com chutes e coronhadas. A mulher dele, a também lavradora Lucenir Resende, ficou traumatizada com a crueldade. “Antes ficava só dentro de casa, nós tínhamos medo, pânico, de sair, chegar e abrir a porteira e encontrar com bandido aqui esperando”, diz.

Em outra propriedade de Souzânia, um produtor rural foi abordado por criminosos, levou um tiro e morreu. O dono do local relata que os assaltantes chegaram a ser presos, mas foram soltos em seguida, motivo de revolta para o fazendeiro José Mendonça. “Foi parece que julgado e livre porque disse que ele [o criminoso] matou em legítima defesa porque o rapaz foi pegar a arma para matar ele”, conta.
Dentre os aspectos que trazem insegurança para o morador da zona rural estão as estradas vicinais de fácil acesso, a distância entre uma propriedade e outra e a falta de sinal de telefones. Porém, os moradores reclamam ainda da ausência de um policiamento ostensivo.
O sub-comandante da Polícia Militar Paulo Inácio da Silva, reconhece que faltam homens e viaturas para combater os crimes no campo e, por isso, precisa da colaboração dos próprios fazendeiros, principalmente na hora de contratar mão de obra para os trabalhos nas fazendas. “Se ele não faz um levantamento da vida pregressa desses colaboradores, não busca referência desse colabradores, retorna ou passa essas informações, ele vai ser vítima de roubo ou furto”, diz
Em busca de alternativas para combater a violência, os proprietários rurais investem ainda em tecnologia. “Colocamos agora um sistema eletrônico via satélite integrado ente os vizinhos e a Polícia Militar e eu acredito que nós vamos ter uma sensação de segurança maior”, afirma José Caixeta.

Distância entre fazendas e falta de sinal de celular influenciam violência (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)