MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A Pedagorréia do Oprimido e a Bolsa-Terrorismo



VALE A PENA LER DE NOVO
Fonte Palavra Acesa -
O santificado pedagogo Paulo Freire é a principal testemunha de que o regime militar não foi uma ditadura totalitária, como querem os beneficiários da bolsa-terrorismoA recente declaração do ministro Edson Lobão de que o regime militar não foi uma ditadura, que ditadura foi o Estado Novo de Getúlio Vargas, causou grande comoção nacional, merecendo manchetes em todo o Brasil. Os intelectuais de esquerda estão acostumados a comparar o regime militar com o nazismo alemão. É isso o que vêm ensinando sistematicamente nas escolas de todo o país, públicas e privadas, da pré-escola à pós-graduação.
 Todavia, há uma diferença crucial entre uma simples ditadura e um regime totalitário. É o que observa William Ebenstein, no livro Totalitarismo: Novas Perspectivas (Bloch, 1967): "O governo autoritário procura, preliminarmente, controlar as atividades políticas do homem, em contraste com o governo totalitário, que procura dominar todos os aspectos da vida, política como apolítica. No sistema autoritário, a média dos cidadãos é deixada relativamente em liberdade na sua religião, família e atividades comerciais, desde que não interfira na política. Por conseguinte, o autoritarismo deixa ao cidadão uma larga esfera de vida privada". Já no totalitarismo, continua Ebenstein, o governo "não se satisfaz com o cumprimento dos seus deveres pelos súditos: ele quer tudo deles, corpo e alma, sobretudo esta".
Sob esse aspecto, o regime militar não foi uma ditadura totalitária, como a esquerda insiste em afirmar. O regime militar teve o seu período de ditadura propriamente dita, de 1968, com a instituição do AI-5, até 1978, quando ele foi revogado. Entretanto, mesmo nesse período, não se pode dizer que foi totalitária. Ao contrário, foi uma ditadura até mais branda do que outras que o Brasil já teve. Totalitário é o regime de Fidel Castro e seu irmão Raul Castro, que controla toda a vida dos cubanos.
 Se Chico Buarque fosse cubano e inventasse de criticar Fidel, teria sido fuzilado. No Brasil, virou herói. Não se pode esquecer que, mesmo com o fim da Guerra Fria, os fuzilamentos em Cuba continuaram existindo.

No Brasil, os militares nunca controlaram a vida dos brasileiros como um todo — limitavam-se a controlar sua participação política. Mesmo assim, permitindo algumas válvulas de escape, tanto que foi sob a ditadura militar que vicejou um dos mais fortes movimentos culturais brasileiros do século XX, em todas as áreas: música, literatura, artes plásticas etc. Como a ditadura não era totalitária, foi possível existir Pasquim, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, Tropicalismo, Glauber Rocha, Cinema Novo etc. Os ditadores perseguiam esse pessoal como pai "persegue" filho: repreendendo, ameaçando, interrogando, censurando, mas raramente faziam algo além disso. As lamentáveis exceções, como Valdimir Herzog, confirmam essa regra.

Se Chico Buarque fosse cubano e inventasse de criticar Fidel, teria sido sido fuzilado sumariamente. No Brasil, virou herói. Não se pode esquecer que, mesmo com o fim da Guerra Fria, os fuzilamentos em Cuba continuaram existindo. O último fuzilamento praticado pelo regime cubano ocorreu já depois da eleição de Lula e os condenados foram presos, julgados, sentenciados e mortos em menos de uma semana. Rito sumário. Sem advogado de defesa, sem justiça independente. Fidel era o presidente do comitê de julgamento.

Lula não disse nada. Pelo contrário, disse que não ia entrar em questões internas de Cuba. Já pensou se os europeus, quando guerrilheiros foram torturados no Brasil (não nego que houve tortura), também tivessem dito: "Isso é problema interno do Brasil"? Foi esse modelo cubano — que ainda hoje seqüestra seus atletas em países estrangeiros, com a cumplicidade espúria do governo Lula — que os guerrilheiros de esquerda quiseram importar para o Brasil. Felizmente, foram mortos pelos militares antes de conseguirem esse intento. Dos males, o menor.

Voltando à questão conceitual: todo totalitarismo é também ditadura, mas nem toda ditadura é totalitarismo. A ditadura se restringe à esfera política. Já o totalitarismo avança sobre todas as esferas da vida. Exemplos paradigmáticos de regimes totalitários são o comunismo e o nazismo, que o grande sociólogo francês Alain Besançon, no livro A Infelicidade do Século, chama de "irmãos siameses". Esses dois sistemas tentam determinar toda a vida do indivíduo, inclusive seu comportamento mais íntimo, como sua vida sexual. O regime militar brasileiro não fez isso. O que se depreende da volumosa obra de Elio Gaspari sobre o regime militar, notadamente sobre Geisel e Golbery.

Com uma linguagem melíflua, que nada fala verdadeiramente de pedagogia (daí ser uma pedagorréia), Paulo Freire trata Che Guevara como um Jesus Cristo redivivo e justifica até os justiçamentos praticados por ele.

Ora, quem acha que no Brasil houve uma ditadura totalitária, nos moldes nazistas, deve ler o livro Pedagogia do Oprimido, do pedagogo Paulo Freire, adotado nas faculdades de pedagogia antes mesmo do fim do regime militar. Esse livro de auto-ajuda marxista glorifica até os justiçamentos sumários praticados por Che Guevara, mesmo assim, continua sendo uma verdadeira Bíblia das ciências humanas no Brasil. Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido, faz uma defesa explícita da luta armada, santificando Che Guevara, Fidel Castro e Mao Tsé-Tung.

Com uma linguagem melíflua, que nada fala verdadeiramente de pedagogia (daí ser uma pedagorréia), Paulo Freire trata Che Guevara como um Jesus Cristo redivivo. Paulo Freire chega a dizer que Che alcançou a plena "comunhão" com as massas, motivado pelo imenso "amor" que tinha por elas. E, pasmem, esse é apenas um livro de pedagogia. Ou seja, a doutrinação de esquerda nas escolas — que a imprensa só descobriu agora — já estava a pleno vapor na época do regime militar.

Pedagogia do Oprimido foi publicado no ano de 1970 (auge da repressão), no Rio de Janeiro, pela Editora Paz e Terra, ligada aos padres da Teologia da Libertação. Em 1981, o livro já estava na 10ª edição. Um verdadeiro best-seller, levando em conta que não é um livro comercial e o Brasil tinha muito menos estudantes universitários na época do que tem hoje. Apesar disso, ao justificar os justiçamentos praticados por Che Guevara, Paulo Freire escreve: "A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida". Ora, Freire não era adolescente ingênuo, sabia que entre as vidas que precisavam ser "detidas" estavam a de pessoas inocentes, que, por acaso, atravessavam o caminho de guerrilheiros e militares.

Como é que um homem que se diz educador pode impor esse tipo de doutrina para jovens em formação, facilmente influenciáveis? Onde estava a ditadura sanguinária, totalitária e nazista que não viu uma cartilha de auto-ajuda comunista — defendendo a luta armada para simples estudantes de pedagogia — ser publicada na segunda maior cidade do país? Seria possível publicar um livro pregando o fim do comunismo pela via armada na Havana de Fidel Castro, na Moscou de Lênin, na Pequim de Mao? Obviamente, não. Mas os ex-guerrilheiros que hoje se beneficiam da bilionária Bolsa-Terrorismo não pensam dessa forma. Para eles é melhor continuar demonizando o regime militar. Talvez seja uma questão de conveniência: ontem, matavam vigias de banco e seqüestravam pessoas; hoje, matam a história para seqüestrar o erário.

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