por
Maíra Cortes
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Para muitos baianos e turistas, o verão na Bahia é sinônimo de festa
e agito. Com isso, alguns deles aproveitam o clima da alta estação para
exagerar na bebida alcoólica. Mas há quem não se contente apenas com os
efeitos do uísque ou da vodca e aumente a adrenalina adicionando algum
energético. Entretanto, especialistas chamam atenção para essa
combinação perigosa e cada vez mais comum, principalmente entre os
jovens.
“Tanto a bebida alcoólica quanto a energética contém
substâncias que são estimulantes. Quando combinadas, uma potencializa a
ação da outra, podendo causar ataque cardíaco, arritmia, chegando até a
morte súbita”, revela o toxicologista Daniel Rebouças, diretor do Centro
de Informação Antiveneno, da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A busca
pelo efeito rápido que as bebidas misturadas causam como sensação de
destemor, liberdade e coragem faz aumentar a procura pelos
consumidores.
A estudante
Mariana Silva confessou que já experimentou a combinação, mas não
costuma consumir sempre. “Quando bebo uísque sempre misturo com um
energético porque deixa um sabor mais agradável, além me deixar mais
elétrica para curtir a noite. Mas nem sempre bebo”, pondera. Ela conta
que isso é muito comum na roda de amigos porque “eles querem sentir o
efeito mais rápido da bebida. Quase todos fazem isso sem problema algum,
pelo menos aparentemente”, completa.
O que a estudante e os amigos não se atentaram ainda é que a
combinação afeta diretamente o sistema nervoso, cerebral, além do
fígado. “O álcool por si só já interfere no processo interno do
organismo, independente da quantidade. Ao ser misturado com outro
estimulante, seja ele qual for, faz com que o coração do indivíduo
acelere demais ou pare de vez”, alerta Daniel Rebouças. Ainda de acordo
com o toxicologista, o a situação se agrava com o passar dos anos, já
que com o avanço da idade costuma aparecer determinados tipos de doenças.
Um estudo norte-americano observou que a combinação altera a
percepção cognitiva dos consumidores, aumentando a sensação de
excitação, que já é ativada com a ingestão do álcool. Esta sensação
combinada com o comprometimento do controle dos impulsos deixa a mistura
perigosa. O diretor Daniel Rebouças usa matemática para fazer entender a
potência das suas bebidas juntas. “Na matemática, 2+2=4. Nessa
combinação 2+2= 22, o que reforça o poder multiplicador do efeito
provocado pela mistura”.
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