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sábado, 25 de janeiro de 2014

Cervejeiros de Blumenau aprovam

Cervejeiros de Blumenau aprovam proposta do Ministério da Agricultura que permite a denominação de bebidas saborizadas com leite e mel como "cerveja"

Produtos de origem animal, antes proibidos no Brasil mas liberados em outros países, podem ser autorizados


Cervejeiros de Blumenau aprovam proposta do Ministério da Agricultura que permite a denominação de bebidas saborizadas com leite e mel como "cerveja" Jandyr Nascimento/Agencia RBS
Bebidas que levam aditivos para saborização, como frutas, mel e leite, poderão ser chamadas de "cerveja" caso a proposta seja aprovada Foto: Jandyr Nascimento / Agencia RBS
Cerveja com canela e frutas vermelhas, mel, chocolate e até leite. Você já provou? Pois saiba que estas combinações existem e são cada vez mais comuns nas prateleiras brasileiras, mas nem tanto nos tanques das cervejarias artesanais. Isto porque a legislação do país não permite a utilização de aditivos de origem animal, como o leite e o mel, apesar de permitir a venda de produtos importados com estas substâncias na composição.

Porém, esta realidade está prestes a mudar graças ao trabalho dos mestres cervejeiros e das fábricas artesanais espalhadas pelo Brasil. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lançou consulta pública à proposta brasileira para os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) dos produtos de cervejaria para o Mercosul. O objetivo é fixar os padrões mantendo a qualidade da cerveja fabricada no país e estender a adequação da legislação as nações latino-americanas.

O cervejeiro e diretor-financeiro da Associação dos Cervejeiros Artesanais de Santa Catarina (Acerva-SC) Alexandre Mello diz que a proposta é extremamente positiva para o mercado, porque vai permitir aos produtores brasileiros alternativas que há muito tempo já são realidade em outros países.

- Eu estive na primeira reunião do Ministério da Agricultura em Brasília onde foram iniciadas as conversas sobre a proposta e a grande diferença do Brasil para outros países é que nós estamos muito atrás em termos de possibilidades de criação, e isso vai permitir que os cervejeiros sejam mais criativos e competitivos - analisa.

O que diferencia a cerveja artesanal da produzida pelos grandes fabricantes é a alta concentração de malte, que geralmente é de 100%. No caso das cervejas com aditivos a proporção do malte também fica abaixo da totalidade, mas segundo o sommelier de cervejas Julio Machado, neste caso os novos ingredientes são bem vistos pelos cervejeiros:

- A saborizada também não é puro malte, como as fabricadas em larga escala, mas neste caso o objetivo é agregar sabor ao produto, e consequentemente, qualidade. Por isto a mudança na legislação é importante. E lá fora é uma tradição muito grande adicionar frutas, chocolate, mel, que agora chega no Brasil.

Público já busca novas opções
O sócio-gerente da cervejaria blumenauense Bierland Eduardo Krueger explica que o crescimento do mercado de cerveja artesanal mostra o quanto o público brasileiro está interessado e busca as novidades para consumir, mas o fato de não poder produzir mais tipos de cerveja prejudica o segmento.

- Uma proposta como esta amplia as possibilidades de criar novos produtos de forma intensa, sendo que nós temos um consumidor cada vez mais instruído, que procura não só produtos, mas informações. O que ocorreu com o vinho há 20 anos está acontecendo com a cerveja hoje - afirma, destacando que para ele a legislação brasileira está muito defasada em relação às grandes escolas cervejeiras - Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Estados Unidos:

- A proposta já foi muito bem discutida com produtores e especialistas, diferente do que se faz geralmente na política, e reflete bem a necessidade. Acredito que se o Brasil melhorar nisso pode siar do papel de destaque que já ocupa hoje e fazer parte do grupo das principais escolas cervejeiras do mundo.
JORNAL DE SANTA CATARINA

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