Militar tem até hoje nota fiscal e não cogita possibilidade de vender carro.
Fusca é um dos 68 veículos que integram confraria em Campo Grande.
Militar reformado comprou veículo em 1968, ano em que foi fabricado (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
O Dia Mundial do Fusca, comemorado nesta sexta-feira (22), é uma data
significativa há 44 anos para o militar reformado Arnaldo Rubens
Carvalho Silva, 77. O motivo é que ele comprou um Fusca 1968 original de
fábrica e, até hoje, foi o único proprietário. O veículo é um dos 68
que integram a Confraria Apaixonados por Fusca e Derivados em Campo Grande.Silva se preocupou com a manutenção constante e quase não modificou o carro durante, que tem 118 mil km rodados sem ter o motor 1.300 'refeito' nenhuma vez. Os únicos itens trocados foram os retrovisores. O militar reformado mostra com orgulho a nota fiscal, manual do proprietário, cartão de revisão e lista de serviços, material todo da época da compra.
Silva exibe nota fiscal de compra datada de maio
de 1968 (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
“Tenho ele desde 0 km e é uma coisa mais de família. Minha mulher e eu
dirigimos por muito tempo este carro, formei três filhas na faculdade
com auxílio deste Fusca. É o xodó da família”, contou.de 1968 (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
O Fusca de Silva viajou algumas vezes por São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e o dono não cogita a possibilidade de vendê-lo. “Eu até brinco que, se eu vender o carro, perco a mulher. Para eu vender, a pessoa tem que chegar a uma quantia que chame atenção. Nunca menos que R$ 30 mil, daí pra cima eu paro para escutar”, afirmou.
Quem ajuda no cuidado com o carro é o estudante Leandro Carvalho Silva Martins, 24 anos, neto do militar. Tratamento que vai desde a lavagem até a manutenção mecânica. “É melhor para dirigir que o meu, pelo estado de conservação, pelo ano dele, está tudo justinho”, brincou.
'Clube de Fuscas'
Criada em fevereiro deste ano, a Confraria Apaixonados por Fusca e Derivados tem 45 Fuscas cadastrados e outros veículos como Brasília e Variant. O representante do grupo, Jefferson Marques, disse que tudo começou com 'encontros' pela internet.
Os veículos são separados em três estilos, de acordo com o comerciante Leonardo Oliveira, 29 anos. “Temos original, hoodride e old school. No primeiro, o dono vai em busca do mais original possível no carro, de como este saiu de fábrica. No segundo estilo, o dono não se preocupa com aparência externa e, no interior, faz do jeito que acha melhor. O terceiro estilo é a velha escola, onde os donos cuidam mais da aparência e vão em busca de acessórios da época”, descreveu Oliveira.
12 Fuscas de confraria reunidos nos altos da Afonso Pena (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Outros sóciosO gerente de compras Ernani Broering, 28 anos, tem um '1968' há quatro meses e enquadra o carro na primeira categoria. “Sempre tive vontade de comprar um Fusca. Meu objetivo é deixá-lo mais original possível, do jeito que saiu da fábrica.”
Para atingir a meta, ele precisa de ter o sistema de ar quente reativado, ter os pedais trocados e de um macaco da época. Sobre uma possível venda, Broering é taxativo. “Eu vendo só se for para pegar outro Fusca.”
Povh demorou três anos para personalizar Fusca
1976 (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Ao contrário do gerente de compras, o comerciante Márcio Alexandre Povh
não exitou em modificar o seu '1976'. Há cinco anos com a máquina, ele
contou que demorou três para reformá-lo. “Comprei para eu mesmo fazer a
restauração em casa. Fui fazendo passo a passo, peça por peça.” Dentre
as modificações, bancos, sistemas de ignição e elétrico, vidros e trava
elétrica.1976 (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Para não passar calor dentro do veículo, montou uma sistema de ventilação com um secador de cabelo. “Sabia que o motor era 12V e assoprava e Fusca precisa de ventilação”, destacou o comerciante.
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