MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 25 de janeiro de 2014

Entenda a crise econômica e política na Argentina


Peso argentino desabou 11% no dia 23, na maior queda diária desde 2002.
Especialistas veem falta de credibilidade e modelo Kirchner como culpados.

Darlan Alvarenga e Juliana Cardilli Do G1, em São Paulo

A forte desvalorização do peso nos últimos dias levantou ainda mais dúvidas sobre a situação econômica da Argentina, que tem se agravado nos últimos meses com a disparada da inflação e a redução drástica das reservas internacionais. Apesar de ter avançado em alguns aspectos sociais, o governo de Cristina Kirchner não conseguiu, até o momento, reverter a derrocada financeira nem resgatar a confiança dos investidores, ainda traumatizados pelo megacalote de 2001. No quadro político, a presidente tem perdido popularidade. A derrota do seu partido nas eleições legislativas de 2012 aponta que a sucessão presidencial em 2015 está comprometida.
O G1 ouviu diversos especialistas das áreas de economia e política para entender a origem da crise econômica argentina, avaliar as políticas do atual governo e traçar um panorama do que pode acontecer com o vizinho brasileiro nos próximos meses.
header_argentina_crise_1 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Em 2001, a Argentina anunciou um megacalote em sua dívida pública, de cerca de US$ 100 bilhões, em meio a uma grave crise econômica e política. A decisão abalou a confiança dos investidores e afastou empresas estrangeiras, fazendo o país ter dificuldades para conseguir dólares. A economia perdeu competitividade, e a entrada de moeda via exportações também caiu.
Com isso, a Argentina não consegue mais financiar as suas contas externas, e o volume de reservas internacionais – espécie de "poupança" em moeda estrangeira contra crises – vem caindo. Neste início de ano, o volume dessas reservas, que era de US$ 43 bilhões há 1 ano, caiu para menos de US$ 30 bilhões. As reservas internacionais brasileiras, para efeitos de comparação, somam mais de US$ 370 bilhões.
Em 2005, no governo de Nestor Kirchner, o país tentou recuperar credibilidade oferecendo a quem tinha sido prejudicado pelo calote pagamentos com descontos acima de 70%, a serem feitos em 30 anos. Mais de 90% dos credores aceitaram a proposta do governo, mas ações de quem rejeitou o acordo ainda correm em tribunais internacionais.
"De certa forma, a crise de 2001 nunca foi resolvida totalmente, pois parte dos credores não aceitou o calote e foi para a Justiça, o que impede até hoje o país de levantar fundos internacionais de ajuda", afirma Carlos Stempniewski, economista e professor de Comércio Exterior das Faculdades Rio Branco.
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header_argentina_crise_2 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Para tentar mudar a situação, o governo adotou diversas medidas que restringem a saída de dólares do país: aumentou impostos sobre gastos no cartão de crédito no exterior, passou a exigir aprovação do banco central para compra de dólar para turismo e impôs restrições ao comércio online.
Com a falta de dólares no mercado, a cotação disparou. Em 23 de janeiro, o peso argentino desabou 11%, a oito pesos por dólar, na maior queda diária desde a crise de 2002. Fora do mercado oficial, no paralelo – que escapa às muitas restrições do governo –, a cotação está ainda mais alta: era de 10 pesos por dólar, tendo se popularizado a expressão "dólar Messi", em referência ao número da camisa do jogador, e já passou a ser negociada por 13 pesos.
A falta de confiança no sistema financeiro do país é enorme, e a "poupança" dos argentinos passou a ser juntar e guardar dólares em casa, o que faz a moeda disparar ainda mais, para desespero do governo. "O que aconteceu foi uma rendição à realidade. O governo que dizia o tempo todo que não iria desvalorizar o câmbio. Na prática, começou a ceder", diz Leonardo Trevisan, que é professor de economia internacional da PUC São Paulo.
"Restou pouco espaço para mágica. Não tem mais o que proibir. Já proibiram tudo por lá. Chegaram ao ápice de controlar até as compras online", diz Carlos Stempniewski. "Pode-se prever mais desvalorização e mais turbulência. É um cenário preocupante que vai exigir remédios amargos que governos populistas resistem a aplicar", completa o economista.
As medidas afetam, além da população, também as empresas argentinas. Para evitar que a balança comercial fique negativa – quando a importação é maior que a exportação –, quem quiser importar precisa compensar com uma exportação no mesmo valor. Há empresas de peças de automóveis, por exemplo, exportando vinhos. Essa política, no entanto, também é responsável por reduzir ainda mais a confiança dos investidores estrangeiros, que se afastam do país e não colocam dólares para dentro da fronteira.
Na sexta-feira, 24 de janeiro, o governo argentino anunciou um relaxamento das medidas de controle e disse que permitirá a compra de divisas estrangeiras pela população para posse e economia. A medida, no entanto, pode ter pouco efeito, visto que os dólares têm sido escassos no país.
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header_argentina_crise_3 (Foto: Editoria de Arte/G1)
A economia pouco competitiva também levou às alturas a taxa de inflação. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec), órgão oficial do governo, a inflação terminou 2013 em 10,9%. Há suspeitas, no entanto, de que os números têm sido maquiados. Segundo as principais consultorias independentes argentinas, a inflação anual foi de pelo menos 28%.
"Nem o governo acredita nesse índice. A maior prova são os aumentos salariais para os sindicatos amigos. Os caminhoneiros, por exemplo, receberam em outubro reajuste de 25%", afirma o professor Leonardo Trevisan, lembrando que os indícios de maquiagem nos dados oficiais levou a revista "The Economist" a excluir os números do governo argentino das suas publicações.
O Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu no início de 2013 uma declaração de censura contra a Argentina por considerar insuficiente a melhoria de qualidade dos dados oficiais do país, pedida pelo fundo desde setembro de 2012.
Em junho do ano passado, os preços de 500 produtos foram congelados e tabelados como tentativa de controlar a crescente inflação. Grande exportadora histórica de commodities, a Argentina está importando produtos básicos para conter a alta de preços. Recentemente, o país anunciou que iria comprar tomates do Brasil.
"O dólar não pode ter um valor que o governo imagina que ele tem. Mas se deixar o câmbio livre, a pressão inflacionária será ainda mais forte. Como o governo não quer mudar o modelo econômico, ele cede um pouco no câmbio e aperta do outro lado, como acaba de fazer ao restringir as compras online", afirma Leonardo Trevisan.
header_argentina_crise_4 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Leonardo Trevisan, da PUC, explica que, mesmo com uma economia pouco industrializada e baseada na exportação de carne, soja e trigo, a Argentina conseguiu de fato uma melhora nos primeiros anos após a moratória. "Apesar da forte pressão contra a classe média, que compra cada vez menos, de fato há hoje uma distribuição de renda muito mais significativa. Quase 12% dos argentinos muito pobres deixaram a linha de pobreza desde 2004. Mas este tipo de modelo cobra o seu preço, basta ver o que acontece no setor de energia", afirma o professor, citando os recentes blecautes. "Há 25 anos não se constrói nenhuma nova usina de geração de energia na Argentina".
"A família Kirchner entrou pisando no acelerador e a forte demanda externa por commodities ajudou muito a encobrir os problemas. Mas aí veio a crise financeira de 2008, 2009, a China passou a comprar menos, o dólar ganhou força no mercado internacional e agora a conta está chegando", afirma o economista Celso Toledo, da LCA, em referência ao período entre 2004 e 2007, com o presidente Néstor Kirchner, marcado por taxa de crescimento acima de 6% e crescimento das reservas internacionais.
"O fato concreto é que a Argentina não possui uma estrutura produtiva diversa e competitiva capaz de gerar superávits na conta corrente do país (quando há mais dinheiro entrando no país do que saindo)", avalia Cristina Helena Pinto de Mello, professora de Economia da ESPM.
Além da falta de investimento e da dificuldade de atrair capital estrangeiro, analistas apontam uma regressão institucional no país. "O que está faltando na Argentina são instituições sólidas e confiáveis, e regras confiáveis. É o único país do mundo de renda média baixa que faz maquiagem de dados econômicos", afirma Rodrigo Zeidan, professor de economia e finanças da Fundação Dom Cabral.
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header_argentina_crise_5 (Foto: Editoria de Arte/G1)
A situação do governo Kirchner se complicou em outubro de 2012. Cristina, que já enfrentava uma oposição mais forte, com diversas críticas ao seu governo, sofreu um revés nas eleições legislativas, quando sua coalizão perdeu nos principais distritos – apesar de manter a maioria no Congresso.
"Com o resultado, o governo não tem maioria parlamentar que permita uma reforma para a reeleição de Cristina pela segunda vez. Com isso, ela encerra sua presidência em 2015", diz Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da Unesp.
A ausência da presidente na campanha, as dúvidas sobre seu verdadeiro estado de saúde – ela ficou afastada para uma cirurgia de drenagem de um hematoma cerebral –, as incertezas sobre a economia do país e o medo da violência pesaram na hora do voto, fazendo do pleito para legisladores uma prévia das eleições presidenciais de 2015.
Cristina retomou seus compromissos semanas após a eleição, em 18 de dezembro de 2013. Na data, anunciou novos ministros da Economia e da Agricultura – medida que surpreendeu a imprensa local.
"Ela fez uma reforma ministerial importante. Colocou pessoas de confiança, mas que tem independência, voo próprio. O kirchnerismo tem uma forte influência do presidente nas decisões cotidianas. Agora ela nomeou pessoas com maior capacidade de gestão e mais independentes", explicou o professor Luis Fernando Ayerbe.
header_argentina_crise_ (Foto: Editoria de Arte/G1)
Logo após a reforma ministerial, Cristina saiu de cena e ficou mais de um mês sem aparições públicas – um contraste com a personalidade midiática e a agenda de intensas atividades. No período, passou férias em sua casa em El Calafate, no sul do país, e fez despachos internos na Casa Rosada.
Marcos Castrioto de Azambuja, que já foi embaixador do Brasil na Argentina e na França e é membro do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), acha que a mudança de perfil se deve a uma consciência de Cristina de que o modelo utilizado por ela se esgotou.
"Como ela estava jogando não estava dando certo. Sua popularidade está caindo. Ela teve um susto relacionado à saúde, um problema que podia ser muito sério, deu a ela a ideia da precariedade das coisas", disse. “É um problema de quem vive um fim de festa, fim de feira. O mundo vai pior hoje do que nos anos iniciais do Néstor Kirchner, quando os países de commodities tiveram seu mercado imensamente ampliado. Hoje há uma diminuição real da capacidade de crescer".
A falta de credibilidade do governo também tem influência no posicionamento da presidente. Segundo o embaixador, a Argentina cometeu "um pecado muito grave da mentira sistemática dos números da economia". "Ninguém acredita no que sai da boca dela [Cristina]. Há uma presunção de que tudo é uma mentira. Agora ela se deu conta que tem menos tempo, menos prestígio e menos pano de onde cortar. O que faz ela sobreviver é que na Argentina não há alternativa ao peronismo", afirmou.
Para o professor Ayerbe, tanto a saída de cena quanto a reforma ministerial evidenciaram a necessidade da presidente de focar na sucessão. "A situação está difícil para o kirchnerismo. Para o governo agora a questão é viabilizar uma candidatura própria, apesar dos percalços econômicos".
header_argentina_crise_7 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Os problemas, para o embaixador Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da Faap, criam um clima perturbador no país. "A Argentina talvez seja o país da América do Sul em que haja mais chance da vitória da oposição – se bem que os dois principais candidatos saíram mais ou menos do setor que era anteriormente do governo" explica. "A derrota do governo é muito forte, e sem dúvida o novo presidente vai herdar uma situação difícil".
Os dois principais nomes da oposição são Sergio Massa, ex-prefeito de Tigre e deputado eleito pela província de Buenos Aires, e Mauricio Macri, prefeito de Buenos Aires que já lançou sua candidatura à presidência para 2015.
Os analistas concordam que Cristina enfrenta sérias dificuldades para ter um sucessor com chances de vitória. Deste modo, a oposição tem amplas chances, apesar de não haver nenhum candidato com grande promessa de renovação.
"A ideia geral é que o kirchnerismo sai em 2015. Eles não têm um candidato que seja viável eleitoralmente. Isso só seria possível se a situação estivesse muito boa, como foi o caso de Lula e Dilma no Brasil em 2010. Para construir um candidato viável, é preciso gerar melhoras. E esse ano vai ser um ano de baixo crescimento", explica o professor Luis Fernando Ayerbe.
Para o embaixador Azambuja, o que faz Cristina ter sobrevivido aos últimos anos é que na Argentina não há alternativa política ao peronismo – corrente da qual ela é a mais recente "encarnação". Além disso, a crise nos setores populares tem sido menor que nos médios e altos. "O peronismo é uma grande ameba, governa às vezes para a esquerda, às vezes para a direita, mas é a força motriz da Argentina. Não há como escapar desta grande ameba que vai mudando de forma, que reúne nacionalismo, populismo e estadismo com doses maciças de corrupção".
"As diversas modalidades de peronismo são muito poderosas. Não se viu até hoje uma força verdadeiramente independente do peronismo", afirma o embaixador Ricupero. Para ele, mesmo com uma derrota nas próximas eleições, o kirchnerismo não deve ser visto como derrotado. "A Cristina já tem um certo esquema de sucessão, com seu filho, com a juventude. É difícil imaginar que o kirchnerismo desapareça".
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header_argentina_crise_8 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Quando Cristina conseguiu voltar do afastamento médico e realizou a mudança inesperada de gabinete – que levou o foco do país novamente para as iniciativas presidenciais – novos problemas surgiram, criando uma sensação de crise. Um deles foi a greve de policiais, que resultou em protestos da categoria e saques generalizados no interior do país. Pelo menos nove pessoas morreram em enfrentamentos.
"Ela estava saindo da doença, tinha nomeado o novo gabinete, era uma fase que aparecia como de retomada, e acontece algo assim, que cria um clima de insegurança. Ficou mal para ela", analisa o professor Ayerbe.
O embaixador Ricupero, entretanto, lembra que graves protestos e saques não são inéditos na Argentina, apesar da gravidade da situação. "As pessoas se alarmam muito quando isso acontece, mas talvez em outro país fosse um sinal muito mais grave. Evidentemente é grave, mostra uma deterioração muito séria da coesão nacional, da capacidade dos governos de controlar o que está acontecendo. Mas é um fato que se repete há muito tempo", explicou.
Para o embaixador Azambuja, é preciso lembrar que o descontentamento na Argentina é um estado permanente. "A Argentina é um país de insatisfeitos, há uma sensação de que perdeu o bonde da historia, uma irritabilidade, uma frustração. Você tem essas greves todas, mas como não há caminho, não há alternativas".
header_argentina_crise_9 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Desde 2009, o governo argentino e o grupo de comunicação Clarín estão em uma batalha judicial para a colocação em vigor da Lei de Meios, que obriga a empresa a se desfazer de várias de suas posses. No fim de 2013, a Suprema Corte da Argentina declarou a lei constitucional.
O jornal, que já fazia oposição ao governo Kirchner, passou a viver praticamente em guerra com a presidente durante os anos de brigas judiciais. Para os especialistas, entretanto, a parte mais grave da disputa já passou, e não deve influenciar o governo no futuro próximo.
"Há muita controvérsia com a Lei de Meios, mas quando ela foi apresentada passou tranquilamente, foi aprovada sem problemas. Quando começou a se caracterizar esse conflito, começou a se associar que ela era para prejudicar o grupo Clarín, criou-se a polêmica, a lei foi contaminada", explica o professor Luis Fernando Ayerbe. "Mas isso agora terminou. O grupo está fazendo um ajuste, o governo vai aprovar, e o conflito não deve ser mais tão grave, apesar de o Clarín continuar na oposição".
header_argentina_crise_10 (Foto: Editoria de Arte/G1)
A forte desvalorização do peso argentino nos últimos dias é um indicativo de esgotamento do modelo econômico e da série de medidas lançadas pelo governo de Cristina Kirchner. Para os especialistas ouvidos pelo G1, a situação pode estar perto de entrar em um caminho sem volta, de consequências preocupantes.
Ainda que o cenário atual seja o resultado do acúmulo de crises e de problemas antigos não resolvidos, os analistas destacam que a situação das reservas internacionais se agravou no  comando de Cristina, quando as receitas com exportações deixaram de ser suficientes para garantir o equilíbrio das contas.
"O conjunto da obra é até pior do que o de 2001. A dinâmica inflacionária, no nível em que está, só se rompe com um choque, não tem choro nem vela. Eu diria que a chance de ter uma recessão daquelas em que o PIB cai 4% nos próximos anos é de quase 80%", diz o economista Celso Toledo, da LCA. "O triste é que já aconteceu com eles. Historicamente, todos os males da Argentina são iguais aos do Brasil, mas um pouco piores. Do governo militar ao plano de estabilização".
A receita econômica para situações como a da Argentina costuma, invariavelmente, incluir a adoção de medidas como desvalorização cambial, mudanças tributárias, aumento na taxa de juros e controle dos gastos públicos. "A Argentina pode dar a volta por cima, basta seguir a cartilha. Vai doer, mas olha o que está acontecendo com países como Grécia e Portugal", diz Rodrigo Zeidan, da Fundação Dom Cabral.
Para os analistas, entretanto, o cenário político com vista às eleições presidenciais de 2015 continuará se impondo, com poucas chances de uma mudança de rota na política econômica no curto prazo. Para eles, caso o cenário internacional não se altere muito, a tendência é que a crise não melhore nem se intensifique.
Para o embaixador Rubens Ricupero, a atual realidade lembra crises do passado, mas sem tanta gravidade. "Não há perspectiva de melhora econômica e política. Há fatores que podem complicar a situação, como o julgamento sobre a dívida externa argentina. O tempo vai se esgotando, a situação é grave, mas ainda não se chegou a um colapso do sistema, como já ocorreu antes".
Para o professor Luis Fernando Ayerbe, há um consenso até mesmo na oposição de que a situação não vai piorar – mas grandes mudanças também não são esperadas. "O governo não vai gerar uma alternativa que melhore a situação econômica. O que se discute é levar as coisas até o final do mandato".
A capacidade de flutuação do país, de conseguir manter-se entre diversas crises, é lembrada por Azambuja. "A Argentina surpreende pelo que não conseguiu fazer, por não ter aproveitado oportunidades extraordinárias. É intrinsecamente um país rico. O que surpreende não é que ela vá mal, mas como ela não consegue ir bem. O país não seguirá muito bem, mas não se prepare para nenhum colapso. Não devemos subestimar a Argentina".

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