MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 19 de janeiro de 2014

Médica relata situação precária no Hospital Geral de Roraima


Superlotação e falta de medicamentos são os principais problemas.
Projeto de modernização deve ampliar a unidade, diz Sesau.

Valéria Oliveira Do G1 RR

Mulher ficou na maca sem lençol (Foto: Divulgação/Carlos Magno/Vem Pra Rua)Mulher ficou na maca sem lençol
(Foto: Divulgação/Carlos Magno/Vem Pra Rua)
A falta de leitos, macas, medicamentos e a superlotação no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, foram alvos de denúncia de uma médica, que por medo de represália, não quis se identificar. De acordo com ela, na madrugada deste domingo (19), os pacientes da unidade tiveram que ser atendidos no corredor, pois não havia estrutura para acomodar a todos.
Além disso, segundo ela, não haviam leitos de internação para pacientes que precisavam de isolamento, com isso, os consultórios de atendimento foram usados como leitos provisórios. "Tinha um paciente com tuberculose e não tinha local para colocá-lo. Informei à direção do hospital e fui orientada a deixá-lo no corredor. Isso é absurdo! Outras pessoas poderiam se contaminar. Com isso, tive que colocá-lo no consultório", disse.
Outro problema citado pela médica foi relacionado a sala de raio X, ela informou que o aparelho está quebrado e não está sendo feito o exame digital. Além disso, a sala estaria emitindo radiação, o que põe em risco a vida dos profissionais da saúde e do pacientes.
A direção do HGR, conforme a profissional da saúde, têm ciência desses problemas. "O grande problema no HGR é de gestão e estrutura. Porque nós temos profissionais suficientes", disse a médica.
Pacientes lotaram os corredores do HGR (Foto: Divulgação/Carlos Magno/Vem Pra Rua)Pacientes lotaram os corredores do HGR
(Foto: Divulgação/Carlos Magno/Vem Pra Rua)
Superlotação
O estudante Carlos Magno, que também é um dos líderes do movimento 'Vem Pra Rua' em Boa Vista, esteve no HGR e acompanhou a superlotação. De acordo com ele, não tinha lençóis para os pacientes que estavam nas macas e muitos reclamavam do frio.
"Tinha uma senhora que chegou do interior reclamando de fortes dores abdominais e foi colocada em uma maca sem lençol. Ela reclamava constantemente do frio. Perguntei da enfermeira se o hospital não poderia dispor de lençóis e, o que me surpreendeu, é ela me respondeu que não tinha mais", relatou.
De acordo com ele, as pessoas, em grande maioria com a saúde debilitada, esperavam no corredores deitadas no chão e em cadeiras pelo atendimento, que era feito por apenas dois médicos plantonistas. "A situação lá no HGR é alarmante. Médicos e enfermeiros não sabiam o que fazer para atender tanta gente", disse.
Outro lado
Sobre a superlotação no HGR, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), por meio de nota,  esclareceu que a direção do Hospital Geral de Roraima (HGR) informou que há uma grande demanda espontânea nas duas entradas de urgência e emergência, realidade que nunca foi negada pelos gestores.

No entanto, para resolver o problema, a Sesau possui o projeto de ampliação e modernização do HGR, no qual serão investidos mais de R$ 40 milhões para ampliação da unidade, que incluirá mais 40 leitos de UTI e 120 de internação.
O projeto está em fase de elaboração. Paralelo a isso, a Coordenação Geral de Urgência e Emergência está elaborando um projeto para o credenciamento de leitos de retaguarda da rede de urgência e emergência.
Quanto às internações, a nota afirma que em consultórios médicos, isto ocorre em casos de pacientes com suspeitas de doenças que necessitam de isolamento de contato ou respiratório. Na inexistência de leitos de isolamento para internar estes pacientes, são utilizados os consultórios até que sejam remanejados.
O protocolo evita contaminação aos demais pacientes da unidade. Após a transferência desses pacientes, o consultório é submetido a uma higienização para não comprometer a saúde dos profissionais e pacientes que serão atendidos posteriormente.

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