MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Mesmo com temperatura escaldante, gaúcho não abandona o chimarrão


Nova onda que sufoca o RS se intensifica ao longo da semana, com previsão de 39ºC para Capital

Mesmo com temperatura escaldante, gaúcho não abandona o chimarrão Diogo Zanatta/Especial
Igor Rosa e Joel da Silva aproveitaram a tarde de domingo tomando um mate Foto: Diogo Zanatta / Especial
A temperatura escaldante registrada na tarde deste domingo no Rio Grande do Sul colocou à prova o apego dos gaúchos pelo seu amado chimarrão — e o chimarrão triunfou.
Enquanto o sol punha Porto Alegre em brasa — a máxima na cidade chegou a 35,6°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e passou dos 37°C, na medição do Sistema Metroclima —, não uma, nem duas, mas dezenas e dezenas de pessoas sorviam o mate fervente, espalhadas pelos parques da Capital. Quem tivesse coragem de sair à rua concluiria que, mesmo em um dos dias de maior calor no ano, era mais fácil encontrar um gaúcho de cuia na mão do que com uma garrafa de água gelada.

— Se eu tiver de escolher entre um refrigerante com gelo e um chimarrão, fico com o chimarrão — anunciou a enfermeira Caroline Tejada, 28 anos, acomodada sob uma árvore do parque Moinhos de Vento.
Ela e o namorado, o professor Glauco Bortolatto, 34 anos, deixaram sua residência, no começo da tarde, para relaxar no Parcão. Levaram cuia, garrafa térmica e erva. O único a beber água fresca ontem à tarde era o gato do casal. Glauco, originário de uma família italiana de Bento Gonçalves, foi introduzido no culto do mate por Caroline e tornou-se um fiel fervoroso.
— Está quente, mas é tranquilo. O chimarrão ajuda a hidratar — afirmou.
Em um raio de umas poucas dezenas de metros ao redor do casal, não faltava quem concordasse. Os companheiros Igor Rosa da Silva, 18 anos, e Joel da Silva Falcão, 29 anos, estavam até aborrecidos porque a água do chimarrão que compartilhavam já não estava tão quente.
— Até prefiro beber chimarrão no calor, porque a temperatura da água se mantém por mais tempo. Chimarrão frio não dá para encarar — disse Igor.
Naquela hora, pouco depois das 16h, o ar que circulava pelas ruas semidesertas de Porto Alegre parecia ter escapado de dentro de um forno. Segundo dados do Inmet, foi a capital mais quente do país no domingo, com máxima de 35,6°C. A segunda colocada, Palmas (TO), ficou nos 34,3°C.
De bermuda e sem camisa, o empresário Emir Brandão, 36 anos, também sorvia seu amargo, sentado em uma cadeira de praia. Dividia o mate com a mulher, a promotora de vendas Andréa Tups, 38 anos.
— O calor está terrível, mas tomando chimarrão não sentimos sede — justificou Brandão.
Só quem ainda não tinha bebido da cuia era Isadora, nove anos, a filha do casal. Estava esperando a água esfriar.
Temperatura subirá ao longo da semana
A onda de calor que envolve os gaúchos desde o meio da semana passada ainda está, literalmente, no aquecimento. Depois da máxima de 37,8°C medida ontem em Quaraí, o que nos aguarda agora são marcas na faixa dos 40°C — e por três dias consecutivos.
Conforme a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura sobe aos 39°C nesta segunda-feira. Na terça, na quarta e na quinta, bate nos 40°C. As maiores provações devem ser reservadas a moradores da Fronteira Oeste, do Vale do Sinos e da região de Santa Maria. Porto Alegre também vai penar. Nesta segunda, cozinhará a 36°C. Na quinta-feira, a 39°C.
O calor é intenso, mas não invulgar. A temperatura já beirou essas marcas na virada do ano e batem ponto no Estado verão após verão. O meteorologista Rogério Rezende, do 8º Distrito de Meteorologia, diz que ondas de calor como a atual são "relativamente normais":
— No verão, o padrão é que o ar mais quente seja trazido da região central do país, porque a circulação do vento nos altos níveis da atmosfera é de norte. Ao mesmo tempo, as frentes frias do sul são fracas. As últimas que vieram passaram pelo mar. Estamos com uma condição normal de verão, sem interferência de nenhum fenômeno, como El Niño ou La Niña — explica.
Os gaúchos só vão ter refresco no fim da semana, quando finalmente uma frente fria mais potente vai cruzar o Estado. Ela já traz chuva para o extremo sul na quinta-feira. A sexta será de precipitação intensa em todo o Rio Grande do Sul.
Como conviver com o calorão
* Beba muito líquido — Um dos principais riscos do calor intenso é a desidratação, que, dependendo da intensidade, pode provocar diarreia, vômito e tonturas. Se isso acontecer, procure uma unidade de saúde.
* Evite o sol forte — No período das 10h às 16h, tente não ficar ao sol. Faça seus exercícios físicos no começo da manhã ou no fim da tarde. Use sempre protetor solar.
* Atenção na alimentação — Com o calor, há mais risco de ingredientes estragarem, sobretudo se ficarem fora da geladeira. Tome muito cuidado, principalmente com o que come na rua.
ZERO HORA

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