Frederico Haikal/Hoje em Dia
Mário Neto
Mário Neto, presidente da Fapemig


Minas Gerais vai ganhar ainda em 2014 três novos centros de tecnologia, todos eles no interior do Estado e ligados a universidades federais. Os projetos para as obras de implantação desses núcleos em Juiz de Fora, Lavras e Uberaba estão sendo confeccionados e cerca de R$ 1 milhão já foi alocado em cada um deles. Além do produzir conhecimento, os centros de tecnologia são ferramentas que colaboram, entre outras coisas, para reduzir a taxa de mortalidade das empresas incubadas, hoje em cerca de 70% em Minas Gerais.
 
A informação é do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), agência de indução e fomento à pesquisa e à inovação científica e tecnológica em Minas Gerais, Mário Neto Borges. Ele é o entrevistado da semana no Página 2 Entrevista, espaço de debates do Hoje em Dia, e os principais trechos você confere amanhã. O professor Mário Neto também fez uma análise do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em tramitação no Congresso, além de criticar o tradicionalismo da iniciativa privada e pública do país, que ainda não abriu os olhos para as vantagens de investir no setor.
 
Minas possui três centros tecnológicos em operação, localizados em Belo Horizonte (BH-Tec), Viçosa e Itajubá. Nos casos de Juiz de Fora, Uberaba e Lavras, ainda este ano os projetos devem sair do papel para começar a serem implementados. 
 
“Quando a gente lança o programa para construir os parques tecnológicos todo prefeito quer. Mas escolhemos onde há uma universidade, uma academia fabricante de conhecimento para que o investimento faça sentido”, disse o professor. O investimento em cada um destes núcleos tecnológicos pode variar de R$ 20 a R$ 100 milhões.
 
Apesar do destaque de Minas no cenário nacional, com prêmios diversos para os projetos de empresas incubadas, Mário Neto avalia que ainda há muito o que avançar e os centros de tecnologia colaboram de forma importante. 
 
“Assim como no BH-Tec, que consegue abrigar star-ups e spin-offs, esses centros no interior podem ter o mesmo papel, com a vantagem de o novo Código que regulamenta o setor desburocratizar a criação deles”, afirmou.
 
Essa aproximação da universidade com a iniciativa privada também é fundamental dar mais eficiência ao setor de inovação. “Hoje somos bons em pesquisa e ruim em inovação porque a transferência de conhecimento da academia para as empresas enfrenta diversas barreiras. Várias delas são derrubadas com uma proximidade maior”, disse.