Imagens mostram pessoas recebendo atendimento fora dos quartos.
Acompanhantes improvisam cadeiras para ficar ao lado dos doentes.
A aposentada Valdívia Alves diz que o filho só foi transferido para o leito após interferência de um funcionário do hospital. “Um cunhado da minha filha tem um primo que trabalha aí dentro, aí ele [cunhado] ligou pra ele [primo] ajeitar com urgência porque ele [paciente] não podia ficar no corredor. E aí logo botaram.”
O auxiliar de serviços gerais José de Aquino, mora em Colméia, e está acompanhando o filho que está internado. Há cerca de três dias ele está sem dormir, se revezando nas cadeiras do hospital, já que a informação recebida foi de que não podia passar a noite no local. “Fico acordado, deito um pouco no banco, até o dia amanhecer e vencer a hora para eu entrar para a visita.”
Além dos leitos insuficientes, denúncias da falta de medicamentos foram motivos de uma audiência pública, em agosto de 2013, em Araguaína. Na época, o Ministério Público Estadual encaminhou um ofício pedindo providências em relação aos problemas.
Vistoria
No dia 15 de janeiro, membros da Defensoria Pública do Tocantins e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal fizeram uma vistoria aos hospitais e foi identificado a falta de medicamentos e materiais hospitalares. Em Araguaína, a promotoria relatou mais de 100 itens em falta na farmácia do Hospital Regional de Araguaína.
Na quarta-feira (22), foi realizada, em Palmas, uma reunião convocada pelos Ministérios Públicos e Defensoria, onde a secretária estadual de Saúde (Sesau), Vanda Paiva, teve que explicar sobre a constante falta de medicamentos e insumos nos hospitais.
“Nós notificamos o fornecedor, estamos entrando com ação contra eles, e fazendo um emergencial até que a gente licite novamente, porque não tem segundo colocado em ata de registro de preço. Estamos com controle rigoroso de material, por isso que disse, não é tudo aquilo que o hospital pede que a gente entrega. Não existe desabastecimento, a gente tem entregado pontualmente tudo que está faltando", disse a secretária.
A falta de medicamentos e insumos nos hospitais públicos já foi motivo de uma audiência de conciliação na justiça federal. Em novembro de 2013, a Sesau se comprometeu a resolver o problema e enviar relatórios mensais sobre a situação dos estoques dos hospitais aos órgãos de fiscalização.
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