por
Maíra Cortês
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Francisco Galvão/Tribuna da Bahia
Variação de valores do quitute frito, oscila conforme o bairro
O famoso bolinho de feijão ou acarajé, que deixa muitos
baianos e turistas com água na boca, está cada vez mais caro no verão de
Salvador. Na capital baiana o preço do quitute varia em até 100%, a
depender do local. Em locais mais populares como Estrada
das Barreiras, no Cabula, Tancredo Neves e Pernambués, o acarajé pode
ser encontrado a R$ 2, com camarão. Em bairros considerados turísticos
como Rio Vermelho, Barra o acarajé chega a custar R$ 8, com o
acompanhamento da mesma porção.
Segundo a presidente e coordenadora geral da Associação das Baianas
de Acarajé (ABAM), Rita Santos, não existe preço tabelado e por isso as
baianas são livres para vender ao preço que elas acharem mais
conveniente. “Existem preços muito altos e outros tão baixos, que
colocam em dúvida a qualidade do produto que está sendo vendido”,
desconfia.
Rita lembra que no preço do acarajé não está embutido somente o
feijão ou o azeite, “mas também a indumentária, tão fundamental para a
manutenção da nossa cultura”, pontua. Mesmo assim, a presidente da ABAM
disse que é possível repassar o acarajé a um preço justo, podendo ser
vendido a R$ 5, sem prejudicar o rendimento das baianas.
Custos
Por comodidade e segurança, a professora Roberta Cunha disse que não
se importa em pagar R$ 8 por um carajé. “Costumo comer acarajé em um
shopping na Barra, que além de ver que é um ambiente limpo, tem a
questão da segurança, mesmo sabendo que estou pagando mais caro. Ruim
mesmo foi pagar R$ 10 em um acarajé em Arraial d’Ajuda e não ser tão
bom”, reclamou.
Já o estudante Luís Antônio Ferreira, acha um absurdo pagar
mais que R$ 5 em um acarajé. “Acho que muitas baianas se aproveitam, por
Salvador ser uma cidade
turística e querem aplicar um valor exorbitante. Em Cira, que fica em
Itapuã, um das mais famosas baianas da cidade, o acarajé chega a custar
R$ 8 com camarão. Aí fica difícil. Às vezes a pessoa quer comer até mais
de um, mas o preço não deixa”, reclama.
Ainda de acordo com a baiana Rita, o quilo da massa pronta
custa em média R$ 2,50. O galão do azeite pode ser encontrado a R$ 70,
em média. “Somando tudo, sai caro. Eu mesma gastei em torno de R$ 500 de
mercadoria, então, não é possível vender a menos que R$ 3”, garante.
Não há como saber se o acarajé é ou não de boa qualidade.
Mas Rita Santos aconselha ao consumidor analisar bem o produto antes de comprar,
principalmente sobre o aspecto em que a baiana está trabalhando. É
preciso levar em conta também o ambiente onde está sendo preparada a
massa. “Higiene é indispensável”, lembra a presidente da associação.
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