Eles apontam a falta de incentivo como causa principal.
Muitos produtores estão migrando para a produção do coco verde.
As secas dos últimos dois anos, consideradas as piores das últimas quatro décadas, causaram um grande déficit a produção de Alagoas. Na propriedade de Bruno Brandão, a queda foi de mais de 50%: de 18 mil para 7 mil frutos. Além dos problemas climáticos, a falta de incentivo econômico também prejudica os produtores. Em aproximadamente 15 anos, a plantação caiu pela metade: de 25 mil, para 12 mil hectares.
Segundo o proprietário, a concorrência internacional dificulta ainda mais as vendas. Brandão diz que o mercado brasileiro corresponde a apenas 3,5% das vendas mundiais. Só as ilhas do Sudeste da Ásia dominam 81% da produção.
“Tivemos problemas com a seca e para suprir a carência, importamos coco do Sudeste Asiático. Só que eles vendem a preços mais baixos que os nossos aí não tem como concorrer. Antes tinha as cotas de exportação, que determinava o preço mínimo para a entrada do produto. Hoje essa defesa caiu e a cada dia está mais complicado viver do coco”, lamenta o produto Bruno Brandão.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Coco de Alagoas, no último mês de agosto ocorreu o fim do subsídio chamado de salvaguarda, dado pela Organização Mundial do Comércio. O recurso durou dez anos e serviu como financiamento. Os produtores tiveram quatro anos de carência para o pagamento e aproveitaram o intervalo para adubar, regar e fazer a renovação. O pagamento deveria acontecer em seis anos, mas houve perdas pela falta de crédito no Brasil.
“A nossa situação está muito difícil. Hoje o quilo do coco custa R$ 0,25 e pagamos muitos encargos. Estamos pedindo ajuda para os governos Estadual e Federal para que possamos continuar vendendo e produzindo coco, mas ainda não tivemos resposta”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Coco, Eurico Uchôa.
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