MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 19 de janeiro de 2014

Produção de coco em Alagoas cai 50%, dizem produtores


Eles apontam a falta de incentivo como causa principal.
Muitos produtores estão migrando para a produção do coco verde.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

Os coqueiros fazem parte do belo visual litorâneo de Alagoas. Além de belos, eles têm uma grande importância comercial no Estado. Entretanto, os produtores alagoanos apontam a falta de incetivo econômico como uma das causas que tanto tem prejudicado o cultivo. Segundo eles, a queda na produção chegou a mais de 50%.
As secas dos últimos dois anos, consideradas as piores das últimas quatro décadas, causaram um grande déficit a produção de Alagoas. Na propriedade de Bruno Brandão, a queda foi de mais de 50%: de 18 mil para 7 mil frutos. Além dos problemas climáticos, a falta de incentivo econômico também prejudica os produtores. Em aproximadamente 15 anos, a plantação caiu pela metade: de 25 mil, para 12 mil hectares.
Segundo o proprietário, a concorrência internacional dificulta ainda mais as vendas. Brandão diz que o mercado brasileiro corresponde a apenas 3,5% das vendas mundiais. Só as ilhas do Sudeste da Ásia dominam 81% da produção.
“Tivemos problemas com a seca e para suprir a carência, importamos coco do Sudeste Asiático. Só que eles vendem a preços mais baixos que os nossos aí não tem como concorrer. Antes tinha as cotas de exportação, que determinava o preço mínimo para a entrada do produto. Hoje essa defesa caiu e a cada dia está mais complicado viver do coco”, lamenta o produto Bruno Brandão.

Sem linhas de crédito e com a pressão internacional, muitos produtores deixaram o coco ralado e investem na produção de coco verde. Só que para renovar a plantação é preciso desembolsar muito dinheiro e esperar pelo menos cinco anos. “A plantação para o coco ralado detém um ciclo longo, de seis a sete anos. Já para o coco verde, é de três a quatro. Mas para renovar a produção é preciso esperar muito tempo e ficar um longo período com perdas totais na produção. O retorno só vem depois de cinco anos”, afirma Brandão.
Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Coco de Alagoas, no último mês de agosto ocorreu o fim do subsídio chamado de salvaguarda, dado pela Organização Mundial do Comércio. O recurso durou dez anos e serviu como financiamento. Os produtores tiveram quatro anos de carência para o pagamento e aproveitaram o intervalo para adubar, regar e fazer a renovação. O pagamento deveria acontecer em seis anos, mas houve perdas pela falta de crédito no Brasil.
“A nossa situação está muito difícil. Hoje o quilo do coco custa R$ 0,25 e pagamos muitos encargos. Estamos pedindo ajuda para os governos Estadual e Federal para que possamos continuar vendendo e produzindo coco, mas ainda não tivemos resposta”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Coco, Eurico Uchôa.

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