Sem-teto fazem protesto por moradia e fecham vias da Zona Sul de SP

Às 11h30, de 6 a 8 mil pessoas, segundo PM, se reuniam em estádio
Grupo analisa se segue para o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi.

Letícia Macedo Do G1 São Paulo

Sem-teto fazem protesto por melhorias em habitação (Foto: Letícia Macedo/G1)

Manifestantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizam um grande protesto na manhã desta quarta-feira ( 22) na Zona Sul de São Paulo.
O MTST quer aumento do aporte estadual para moradias no Programa Minha Casa, Minha Vida, desapropriação de novos terrenos para habitação na região metropolitana de São Paulo, auxílio moradia para famílias em situação de vulnerabilidade social e apoio técnico em projetos habitacionais.
Por volta das 9h, grupo pertencente aos acampamentos Nova Palestina e Capadócia interditou duas faixas da Avenida João Dias, na altura do Terminal João Dias. Segundo tenente Henrique da Polícia Militar, há cerca de duas mil pessoas.  Outro grupo de manifestantes, ligado ao mesmo movimento, fechou pistas da Avenida Francisco Morato no sentido Centro.
Às 9h50, manifestantes saíram em passeata rumo ao Palácio dos Bandeirantes pela Avenida Giovanni Gronchi. A via foi completamente bloqueada no sentido do palácio e algumas lojas, como a Cobasi, especializada em animais, fecharam as portas.
Às 11h, o grupo que saiu do Terminal João Dias  se encontrou em local conhecido como "ladeirão" do Morumbi com o grupo que veio da Francisco Morato, composto por integrantes do acampamento Faixa de Gaza. De lá, os grupos reunidos seguiram para o Estádio do Morumbi. Houve um princípio de tumulto quando a PM tentou impedir que os sem-teto circulassem pela rotatória em frente ao estádio.
Neste ponto, de 6 a 8 mil manifestantes, segundo a PM, realizam uma assembleia para definir se vão ao Palácio dos Bandeirantes falar com o governador Geraldo Alckmin ou se aceitam serem recebidos por comissão do governo para discutir a pauta sobre moradia.
Agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estão monitorando o trânsito no local. A orientação é  a de que o "motorista dê preferência ao transporte público para poder chegar com mais rapidez ao seu destino".
Segundo Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST, é necessário maior aporte para construção de moradias maiores e desaproriação de terrenos para viabilizar mais casas.
"A gente quer um aporte que permita a construção de moradias populares de qualidade. O aporte atual até viabiliza a contrução de moradias, mas de moradias de 39 metros quadrados. Temos um problema crônico na regiao de Embu, onde o terreno viabilizado (para construção) tem problema ambiental. Precisamos de outro terreno", disse Boulos.
O coordenador disse que Boulos disse que uma comissãodeve ser recebida no Palácio dos Bandeirantes. Eles querem a presenca do governador. "Receber é obrigação", disse.
Nova Palestina
Em 29 de novembro, cerca de duas mil famílias ligadas ao MTST ocuparam um terreno, que foi nomeado de Ocupação Nova Palestina. Hoje, a ocupação tem cerca de oito mil famílias acampandas em barracas de lona. O prefeito Fernando Haddad afirmou que a área pertence a um parque, de acordo com decreto.

Manifestantes em frente ao Terminal João Dias (Foto: Letícia Macedo/G1)

•  

Manifestantes do MTST em frente ao Estádio do Morumbi (Foto: Letícia Macedo/G1)