MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Temporada registra diminuição de turistas argentinos no litoral catarinense

Crise na economia e desvalorização do peso faz mudar o perfil de hermanos que visitam o Estado

Temporada registra diminuição de turistas argentinos no litoral catarinense Charles Guerra/Agencia RBS
Adriano Sciutto (ao centro) com a família em Canasvieiras Foto: Charles Guerra / Agencia RBS
A crise financeira na Argentina está afetando o turismo no litoral catarinense. Como reflexo das medidas do governo vizinho de regular a saída de dinheiro do país, os turistas hermanos já estão em menor número nas praias de Florianópolis e Balneário Camboriú nesta temporada. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-SC) a rede hoteleira já registra uma queda de até 30% no número de visitantes do país vizinho.
A desvalorização do peso — que sofreu uma grande queda na semana passada  — também afeta o poder de compra dos turistas. Na cotação oficial R$ 1 compra 3,33 pesos, mas os argentinos relatam que, no mercado paralelo, a relação passa para 5 pesos. Apesar da redução no número de visitantes da Argentina, o setor não chega a sofrer a queda por completo: o movimento é compensado com a vinda de mais europeus e brasileiros de outros estados.

— A situação não está pior porque os argentinos guardam dinheiro durante o ano. Mesmo assim tem hotel que registrou queda de 60% – afirma Samuel Koch, presidente da ABIH-SC.

Região dominada pelo azul e branco durante a temporada, Canasvieiras, no Norte de Florianópolis, ainda tem sotaque hermano nas ruas. Mas o movimento está mais fraco, segundo o operador de reserva Diego Bolsan, do Varadero Palace Hotel. Ele calcula que houve redução de 40% no número de hóspedes do país vizinho — um pouco mais da metade dos clientes ainda são argentinos.

Em contrapartida, o secretário de Estado de Turismo, Valdir Walendowsky, acredita que não há uma queda considerável. A afirmação está baseada no número de argentinos que entram pela cidade de Dionísio Cerqueira, no Oeste do Estado, e na relação de turistas que chegam por avião ou ônibus. Ele acrescenta que o trabalho de divulgar SC no país vizinho continua.
Em Balneário, muda o perfil do visitantePara a presidente do Convention & Visitors Bureau de Balneário Camboriú, Margot Rosenbrock Libório, ainda não é perceptível a redução de argentinos na cidade. O que se observa atualmente é que os turistas das classes A e B têm aumentado, enquanto houve redução da C e D.

— Em fevereiro e março será mais perceptível a redução de turistas (neste período cai o número de brasileiros e há mais argentinos) — diz.

Praia Brava é destino fielO presidente do Sindicato da Habitação de Santa Catarina (Secovi), Sérgio Luiz dos Santos, afirma que a vinda de brasileiros para o litoral Sul está compensando a escassez de argetinos. Ele explica que o setor imobiliário sente mais do que os hotéis porque muitas empresas não recebem em peso e não trabalham com operadores de viagem.

A Imobiliária Prosperare, em Canasvieiras, já os argentinos como foco principal de seus negócios. Hoje, de acordo com Adriana Callai Cruz, corretora de locação, o número de brasileiros já é quase o mesmo do que o de visitantes do país vizinho. Além disso, o valor-médio da diária está mais baixo e muitos permanecem no imóvel por pouco tempo, em comparação com 2013.

Por outro lado, a região de condomínios de alto padrão, a Praia Brava, no Norte da Ilha, não sentiu a queda no número de turistas argentinos. A corretora de locação Rose Zanqueta, da Imobiliária Carmela, diz que a o local atrai clientes das classes A e B.
Adão Galiberne, proprietário da imobiliária com o seu nome, atua há 32 anos com os turistas argentinos. Ele diz que os hóspedes da Praia Brava são fiéis. Hoje, a diária média na região é de 150 a 600 dólares. Porém, ele afirma que hoje os visitantes ficam menos tempo.

Câmbio de real por pesosQuem teve dificuldade na hora de trocar o peso por Real foi o agricultor de Córdoba Adriano Sciutto, 35 anos. Ele conta que pagou cinco pesos por R$ 1. O plano foi economizar durante os sete dias em que ficou com a família em Canasvieiras. O turista já visitou três vezes Florianópolis e duas Balneário Camboriú.
— Estamos planejamento. Se a situação financeira não piorar, voltaremos novamente — afirma.
Já o sócio de uma agência de viagens em Buenos Aires, Jonatan Franco, 27, não sentiu o peso do câmbio. Ele pagou a cotação oficial: cerca de três pesos por R$ 1. É a primeira vez no litoral catarinense.
— Não tive dificuldade. Apesar de ser caro, não houve problema.
DIÁRIO CATARINENSE

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