Bambu, cipó, raízes e madeira servem de material para mandalas.
Para artesão, trabalho reforça talento da cidade para peças em madeira.
Cores e riqueza de detalhes são vistas nas
mandalas (Foto: Valquíria Souza/G1)
Transformar restos de madeira em obras de arte. Há oito anos, esse tem sido o trabalho de Flávio Nogueira, de Carmo do Cajuru,
cidade polo moveleiro na região Centro-Oeste de Minas. Em um ateliê
montado na casa dele, o artesão cria as mandalas em diversas cores e
formatos. (Veja galeria de fotos aqui)mandalas (Foto: Valquíria Souza/G1)
O estímulo para seguir pelo caminho da arte surgiu após contato com uma decoradora, quando ele ainda trabalhava em uma loja de móveis na cidade. Após ela pedir que ele arrumasse e cortasse pequenos pedaços de madeira e cipó, uma ideia surgiu na cabeça de Flávio. “O que me despertou foi pensar em uma destinação para o resto da madeira que eu encontrava. O que acho na natureza e o que poderia ir paro o lixo e eu reaproveito”, contou.
Com uma ideia formada e técnica adaptada, Flávio passou a explorar os materiais que ele encontrava na natureza para criar as peças. O bambu, cipó, restos de madeira e raízes, tudo poderia se transformar em uma mandala nas mãos dele. “Tem a data e a lua certa para cortar, para fazer a desidratação da madeira. Geralmente eu colho na lua minguante e depois deixo em estufa que tenho em casa por dez dias”, explicou.
Depois vem o trabalho de colagem e acabamento das obras, tudo com muito cuidado e paciência. A placa de MDF é usada como base das mandalas, onde os pedaços de madeira ou outros materiais são colados peça por peça formando os desenhos. Por fim, vem o trabalho de pintura e verniz. Em média, cada mandala leva dois dias para ficar completamente pronta.
Para Flávio, peças reforçam o talento da cidade para produção em madeira (Foto: Valquíria Souza/G1)
Segundo o artesão, 90% dos clientes são de fora, o que para ele traz
ainda mais destaque para a cidade. “Traz visibilidade para o talento que
a nossa terra tem com a madeira. Hoje, 10% das peças são vendidas em
lojas parceiras. Grande parte das vendas é realizada mesmo é pelo site", comentou.E o que era lazer, se tornou a fonte principal de renda de Flávio. “Parece que eu tinha esse dom com a madeira e trabalhando na loja de móveis despertou esse lado em mim. Meu trabalho é sempre bem recebido, desde a pessoa mais simples até aqueles que entendem de arte. E são os elogios deles que me motivam a trabalhar ainda mais nessas peças”, argumentou.
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